sábado, 31 de março de 2012

Santos do Dia 31

31 de março

           São Guido
Guido nasceu na segunda metade do século X, em Casamare, perto de Ravena, Itália. Após concluir seus estudos acadêmicos na cidade natal, mudou-se para Roma, onde recebeu o hábito de monge beneditino e retirou-se à solidão. Sob a direção espiritual de Martinho, também ele um monge eremita e depois canonizado pela Igreja, viveu observando fielmente as Regras de sua ordem, tornando-se um exemplo de disciplina e dedicação à caridade, à oração e à contemplação. Três anos depois, seu diretor o enviou ao mosteiro de Pomposa. Embora desejasse afastar-se do mundo, seu trabalho como musicista era necessário para a comunidade cristã.
No convento a história se repetiu. Era um modelo tão perfeito de virtudes, que foi eleito abade por seus irmãos de congregação. Sua fama espalhou-se de tal forma, que seu pai e irmãos acabaram por toma-lo como diretor espiritual e se tornaram religiosos. Sentindo o fim se aproximar, Guido retirou-se novamente para a tão almejada solidão religiosa. Mas, quando o imperador Henrique III foi a Roma para ser coroado pelo Papa, requisitou o abade para acompanhá-lo como conselheiro espiritual.
Guido cumpriu a função delegada, mas ao despedir-se dos monges que o hospedaram, despediu-se definitivamente demonstrando que sabia que não se veriam mais. Na viagem de retorno, adoeceu gravemente no caminho entre Parma e Borgo de São Donino e faleceu, no dia 31 de março de 1046.
Imediatamente, graças passaram a ocorrer, momentos depois de Guido ter morrido. Um homem cego recuperou a visão em Parma por ter rezado por sua intercessão. Outros milagres se sucederam e os moradores da cidade recusaram-se a entregar o corpo para que as autoridades religiosas o trasladassem ao convento. Foi necessário que o próprio imperador interviesse. Henrique III levou as relíquias para a Catedral de Spira. A igreja, antes dedicada a São João Evangelista, passou a ser chamada de São Guido, ou Wido, ou ainda Guy, como ele era também conhecido.
A história de São Guido é curiosa no que se refere à sua atuação religiosa. Ele é o responsável pela nova teoria musical litúrgica. Desejava ser apenas um monge solitário, sua vocação original, mas nunca pode exerce-la na sua plenitude, teve que interromper esta condição a pedido de seus superiores, devido ao dom de músico apurado, talento que usou voltado para a fé. Quando pensou que poderia morrer na paz da solidão monástica, não conseguiu, mas foi para a Casa do Pai, já gozando a fama de santidade.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Santos do Dia 30

30 de março

     São João Clímaco
O Monte Sinai está historicamente ligado ao cristianismo. Foi o lugar indicado por Deus para entregar a Moisés as tábuas gravadas com os Dez Mandamentos. É uma serra rochosa e árida que, não só pela sua geografia, mas também pelo significado histórico, foi escolhida pelos cristãos que procuravam a solidão da vida eremítica.
Assim, já no século IV, depois das perseguições romanas, vários mosteiros rudimentares foram ali construídos por numerosos monges que se entregavam à vida de oração e contemplação. Esses mosteiros tornaram-se famosos pela hospitalidade para com os peregrinos e pelas bibliotecas que continham manuscritos preciosos. Foi neste ambiente que viveu e atuou o maior dos monges do Monte Sinai, João Clímaco. João nasceu na Síria, por volta do ano 579. De grande inteligência, formação literária e religiosa, ainda muito jovem, aos dezesseis anos, optou pelo deserto e viajou para o Monte Sinai, tornando-se discípulo num dos mais renomados mosteiros, do venerável ancião Raiuthi. Isso aconteceu depois de renunciar a fortuna da família e a uma posição social promissora. Preferiu um cotidiano feito de oração, jejum continuado, trabalho duro e estudos profundos. Só descia ao vale para recolher frutas e raízes para sua parca refeição e só se reunia aos demais monges nos fins de semana, para um culto coletivo.
Sua fama se espalhou e muitos peregrinos iam procura-lo para aprender com seus ensinamentos e conselhos. Inicialmente eram apenas os que desejavam seguir a vida monástica, depois eram os fiéis que queriam uma benção do monge, já tido em vida como santo. Aos sessenta anos João foi eleito por unanimidade abade geral de todos os eremitas da serra do Monte Sinai.
Nesse período ele escreveu muito e o que dele se conserva até hoje é um livro importantíssimo que teve ampla divulgação na Idade Média, "Escada do Paraíso". Livro que lhe trouxe também o sobrenome Clímaco que, em grego, significa "aquele da escada". No seu livro ele estabeleceu trinta degraus necessários à subir para alcançar a perfeição da alma.
Trata-se de um verdadeiro manual, a síntese da doutrina monástica e ascética, para os noviços e monges, onde descreveu, degrau por degrau, todas as dificuldades a serem vividas, a superação da razão e dos sentidos, e que as alegrias do Paraíso perfeito serão colhidas no final dessa escalada, após o transito para a eternidade de Nosso Senhor Jesus Cristo.
João Clímaco morreu no dia 30 de março de 649, amado e venerado por todos os cristãos do mundo oriental e ocidental, sendo celebrado por todos eles no mesmo dia do seu falecimento.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Santos do Dia 29

29 de março

   São Segundo de Asti
Segundo era um soldado pagão, filho de nobres, nascido em Asti, norte da Itália, no final do século I e profundo admirador dos mártires cristãos, que o intrigavam pelo heroísmo e pela fé em Cristo. Chegava a visitá-los nos cárceres de Asti, conversando muito com todos, quantos pudesse. Consta dos registros da Igreja, que foi assim que tomou conhecimento da Palavra de Cristo, aprendendo especialmente com o mártir Calógero de Bréscia, com o qual se identificou, procurando-o para conversar inúmeras vezes.
Além disso, Segundo era muito amigo do prefeito de Asti, Saprício, e com ele viajou para Tortona, onde corria o processo do bispo Marciano, o primeiro daquela diocese. Sem que seu amigo político soubesse, Segundo teria estado com o mártir e este encontro foi decisivo para a sua conversão.
Entretanto, esta só aconteceu mesmo durante outra viagem, desta vez a Milão, onde visitou no cárcere os cristãos Faustino e Jovita. Tudo o que se sabe dessa conversão está envolto em muitas tradições cristãs. Os devotos dizem que Segundo teria sido levado à prisão por um anjo, para lá receber o batismo através das mãos daqueles mártires. A água necessária para a cerimônia teria vindo de uma nuvem. Logo depois, uma pomba teria lhe trazido a Santa Comunhão.
Depois disso, aconteceu o prodígio mais fascinante, narrado através dos séculos, da vida deste santo, que conta como ele conseguiu atravessar a cavalo o Pó, sem se molhar, para levar a Eucaristia, que lhe fora entregue por Faustino e Jovita para ser dada ao bispo Marciano, antes do martírio. O Pó é um rio imponente, tanto nas cheias, quanto nas baixas, minúsculo apenas no nome formado por duas letras, possui mil e quinhentos metros cúbicos de volume d'água por segundo, nos seiscentos e cinqüenta e dois quilômetros de extensão, um dos mais longos da Itália.
Passado este episódio extraordinário, Saprício, o prefeito, soube finalmente da conversão de seu amigo. Tentou de todas as formas fazer Segundo abandonar o cristianismo, mas, não conseguiu, mandou então que o prendessem, julgassem e depois de torturá-lo deixou que o decapitassem. Era o dia 30 de março do ano 119.
No local do seu martírio foi erguida uma igreja onde, num relicário de prata, se conservam as suas relíquias mortais. Uma vida cercada de tradições, prodígios, graças e sofrimentos foi o legado que nos deixou São Segundo de Asti, que é o padroeiro da cidade de Asti e de Ventimilha, cujo culto é muito popular no norte da Itália e em todo o mundo católico que o celebra no dia 29 de março.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Santos do Dia 28

28 de março

      São Xisto III
Xisto chegou a adotar uma posição neutra na controvérsia entre pelagianos e semipelagianos do sul da Gália, especialmente contra Cassiano, sendo advertido pelo papa Zózimo. Mas reconheceu o seu erro, com a ajuda de Agostinho, bispo de Hipona, que combatia arduamente aquela heresia, e que lhe escrevia regularmente.
Ao se tornar papa em 432, Xisto III agindo com bastante austeridade e firmeza, nesta ocasião, Agostinho teve de lhe pedir moderação. Foi assim, que este papa conseguiu o fim definitivo da doutrina herege. Esta doutrina pelagiana negava o pecado original e a corrupção da natureza humana. Também defendia a tese de que o homem, por si só, possuía a capacidade de não pecar, dispensando dessa maneira a graça de Deus.
Ele também conduziu com sabedoria uma ação mais conciliadora em relação a Nestório, acabando com a controvérsia entre João de Antioquia e Cirilo, patriarca de Constantinopla, sobre a divindade de Maria. Em seguida, demonstrou a sua firme autoridade papal na disputa com o patriarca Proclo. Xisto III teve de escrever várias epístolas para manter o governo de Roma sobre a lliría, contra o imperador do Oriente que queria torná-la dependente de Constantinopla, com a ajuda deste patriarca.
Depois do Concílio de Éfeso em 431, em que a Mãe de Jesus foi aclamada Mãe de Deus, o papa Xisto III mandou ampliar e enriquecer a basílica dedicada à Santa Mãe das Neves, situada no monte Esquilino, mais tarde chamada Santa Maria Maior. Esta igreja é a mais antiga do Ocidente que foi dedicada a Nossa Senhora.
Desta maneira ele ofereceu aos fiéis um grande monumento ao culto da bem-aventurada Virgem Maria, à qual prestamos um culto de hiperdulia, ou seja, de veneração maior do que o prestado aos outros santos. Xisto III, mandou vir da Palestina as tábuas de uma antiga manjedoura, que segundo a tradição havia acolhido o Menino Jesus na gruta de Belém, dando origem ao presépio. Introduziu no Ocidente a tradição da Missa do Galo celebrada na noite de Natal, que era realizada em Jerusalém desde os primeiros tempos da Igreja.
Durante o seu pontificado, Xisto III promoveu uma intensa atividade edificadora, reformando e construindo muitas igrejas, como a exuberante basílica de São Lourenço em Lucina, na Itália.
Morreu em 19 de agosto de 440, deixando a indicação do sucessor, para aquele que foi um dos maiores papas dos primeiros séculos, Leão Magno. A Igreja indicou sua celebração para o dia 28 de março, após a última reforma oficial do calendário litúrgico

terça-feira, 27 de março de 2012

Santos do Dia 27

27 de março

         São Ruperto
Ruperto era um nobre descendente dos condes que dominavam a região do médio e do alto Reno, rio que percorre os Alpes europeus. Os Rupertinos eram parentes dos Carolíngios e o centro de suas atividades estava em Worms, onde Ruperto recebeu sua formação junto aos monges irlandeses.
No ano 700, sua vocação de pregador se manifestou e ele dirigiu-se à Baviera, na Alemanha, com este intuito. Com o apoio do conde Téodo da Baviera, que era pagão e foi convertido por Ruperto, fundou uma igreja dedicada a São Pedro, perto do lago Waller, a dez quilômetros de Salzburgo. Mas, o local não condizia ainda com os objetivos de Ruperto, que conseguiu do conde outro terreno, próximo do rio Salzach, nos arredores da antiga cidade romana de Juvavum.
Nesse terreno, o mosteiro que o bispo Ruperto construiu é o mais antigo da Áustria e veio a ser justamente o núcleo de formação da nova cidade de Salzburgo. Teve para isso o apoio de doze concidadãos, dois dos quais também se tornaram santos: Cunialdo e Gislero. Fundou, ao lado deste, um mosteiro feminino, que entregou a direção para sua sobrinha, a abadessa Erentrudes. Foi o responsável pela conversão total da Baviera e, é claro, de toda a Áustria.
Morreu no dia 27 de março de 718, um domingo de Páscoa, depois de rezar a missa, no mosteiro de Juvavum. Antes, como percebera que a morte estava próxima, fez algumas recomendações e pedido de orações à sua sobrinha, e irmã espiritual, Erentrudes. Suas relíquias estão guardadas na belíssima catedral de Salzburgo, construída no século XVII. Ele é o padroeiro de seus habitantes e de suas minas de sal.
São Ruperto, reconhecido como o fundador da bela cidade de Salzburgo, cujo significado é cidade do sal, aparece retratado com um saleiro na mão, tamanha sua ligação com a própria origem e desenvolvimento da cidade. Foi seu primeiro bispo e sua influência alastrou-se tanto, que é festejado nesse dia, não só nas regiões de língua alemã, como também na Irlanda, onde estudou, porque alí foi tomado como modelo pelos monges irlandeses.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Santos do Dia 26

26 de março

         São Ludgero
Ludgero nasceu no ano 742 em Zuilen, Friesland, atual Holanda, e foi um dos grandes evangelizadores do seu tempo. Era descendente de família nobre e, dedicado aos estudos religiosos desde pequeno. Ordenou-se sacerdote em 777, em Colônia, na Alemanha. Seu trabalho de apóstolo teve início em sua terra natal, pois começou a trabalhar justamente nas regiões pagãs da Holanda, Suécia, Dinamarca, ponto alto da missão de São Bonifácio, que teve como discípulos São Gregório e Alcuíno de York, dos quais foi seguidor também Ludgero.
Mais tarde, foi chamado pelo imperador Carlos Magno para evangelizar as terras que dominava. Entretanto, este empregava métodos de conversão junto aos povos conquistados, não condizentes com os princípios do cristianismo. Logo de início, por exemplo, obrigava os soldados vencidos a se converterem pela força, sob pena de serem condenados à morte se não se batizassem.
Como conseqüência dessa atitude autoritária estourou a revolta de Widukindo e Ludgero teve que fugir, seguindo para Roma. Depois foi para Montecassino, onde aprimorou seus estudos sobre o catolicismo e vestiu o hábito de monge, sem contudo emitir os votos.
A revolta de Widukindo foi a muito custo dominada em 784 e o próprio Carlos Magno foi a Montecassino pedir que Ludgero retornasse para seu trabalho evangelizador, que então produziu muitos frutos. Pregou o evangelho na Saxônia e em Vestfália. Carlos Magno ofereceu-lhe o bispado de Treves, mas ele recusou. Ludgero emitiu os votos tomando o hábito definitivo de monge e fundou um mosteiro, ao redor do qual cresceu a cidade de Muester , cujo significado, literalmente, é mosteiro, e da qual foi eleito o primeiro bispo.
Ludgero não parou mais, fundou várias igrejas e escolas, criou novas paróquias e as entregou aos sacerdotes que ele mesmo formara. Ainda encontrou tempo para retomar a evangelização na Frísia, realizando o seu sonho de contribuir para a conversão de sua pátria, a Holanda, e fundar outro mosteiro, este beneditino, em Werden, antes de morrer, que ocorreu no dia 26 de março de 809.
O corpo de Ludgero foi sepultado na capela do mosteiro de Werden. Os fiéis tornaram o local mais uma meta de peregrinação pedindo a sua intercessão para muitas graças e milagres, que passaram a ocorrer em abundância. O culto à São Ludgero, que ocorre neste dia é muito intenso especialmente na Holanda, Suécia, Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Itália, países cujo solo pisou durante seu ministério.

domingo, 25 de março de 2012

Décima Sexta Aparição de Nossa Senhora à Bernadette em Lourdes - A Senhora finalmente revela seu nome

25 de março de  1858 

A visão finalmente revela seu nome, mas a roseira sobre a qual ela ficava de pé durante suas aparições não floresce.   
Bernadette foi à gruta às 5 horas da manhã.  Perguntou por três vezes o nome à Senhora, obtendo sempre um sorriso como resposta. Insistiu mais uma vez e a Senhora, levantando seus olhos para o céu e juntando suas mãos que estavam estendidas e abertas para o chão, disse em dialeto: "Que soy era Immaculada Councepciou". Bernadette foge e continua a repetir, no caminho, as palavras que ela não entende. Estas palavras perturbam o corajoso padre. Bernadette ignorava esta expressão teológica que designa a Santa Virgem. Quatro anos antes, em 1854, o Papa Pio IX havia proclamado este dogma de fé católica, afirmando que a mãe de Cristo fora concebida sm pecado.


Padre Horácio Brito, o reitor do Santuário de Lourdes, evoca o encontro entre a Virgem Maria e Bernadete Soubirous - 25 de março de 1858, a décima sexta aparição

Evangelho do Dia 25

5º Domingo da Quaresma
25 de março de 2012

PRIMEIRA LEITURA
Jeremias 31, 31-34
Dias virão - oráculo do Senhor - em que firmarei nova aliança com as casas de Israel e de Judá.  Será diferente da que concluí com seus pais no dia em que pela mão os tomei para tirá-los do Egito, aliança que violaram embora eu fosse o esposo deles.  Eis a aliança que, então, farei com a casa de Israel - oráculo do Senhor.  Eu lhe incutirei a minha Lei; eu a gravarei em seu coração.  Serei o seu Deus  e Israel o meu povo. Então, ninguém terá encargo de instruir seu próximo ou irmão, dizendo:  "Aprenda a conhecer o Senhor",porque todos me conhecerão, grandes e pequenos - oráculo do Senhor -, pois a todos perdoarei as faltas, sem guardar nenhuma lembrança de seus pecados.

SEGUNDA LEITURA
Hebreus 5, 7-9
Nos dias de sua vida mortal, dirigiu preces e súplicas, entre clamores e lágrimas, àquele que o podia salvar da morte, e foi atendido pela sua piedade.  Embora fosse Filho de Deus, aprendeu a obediência por meio dos sofrimentos que teve  E uma vez chegado ao seu termo , tornou-se o autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem.

EVANGELHO
João 12, 20-33
Havia alguns gregos entre os que subiram para adorar durante a festa.  Estes se aproximaram de Filipe (aquele de Betsaida da Galiléia) e rogaram-lhe:  "Senhor, quiséramos ver Jesus".  Filipe foi e falou com André.  Então, André e Filipe o disseram ao Senhor.  Respondeu-lhes Jesus:  "É chegada a hora para o Filho do Homem ser glorificado.  Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica só; se morrer produz muito fruto.  Quem ama a sua vida, irá perdê-la; mas quem odeia a sua vida neste mundo, irá conservá-la para a vida eterna.  Se alguém me quer servir, siga-me; e, onde eu estiver, estará ali também o meu servo.  Se alguém me serve, meu Pai o honrará.  Agora, a minha alma está perturbada.  Mas que direi?... Pai, salva-me desta hora... Mas é exatamente para isso que vim a esta hora.  Pai, glorifica o teu nome!".  Nisso veio do céu uma voz:  "Já o glorifiquei e tornarei a glorificá-lo".  Ora, a multidão que ali estava, ao ouvir isso, dizia ter havido um trovão.  Outros replicavam:  "Um anjo falou-lhe".  Jesus disse:  "Essa voz não veio por mim, mas sim por vossa causa.  Agora é o juízo deste mundo; agora será lançado fora o príncipe deste mundo.  E quando eu for levantado da terra, atrairei todos os homens a mim".  Dizia, porém, isto, significando de que morte havia de morrer.

COMENTÁRIO
"...se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica só; se morrer, produz muito fruto".
Estamos no final da primeira parte do Evangelho de João (Capítulos 1-12).  A hora de Jesus se inicia a partir do próximo capítulo, o Capítulo 13:  "É chegada a hora para o Filho do Homem ser glorificado.  Em verdade, em verdade vos digo, se o grão de trigo caído na terra não morrer, fica só, se morrer, produzirá muitos frutos". 
O evangelista usa a imagem da semente para significar o caminho de morte, pelo qual Jesus irá passar.  O Filho do Homem é como o grão de trigo, que é enterrado na terra e morre.  Por causa desse morrer produzirá muitos frutos.
Mas que frutos são esses?  São a glorificação do Filho, o juízo e a reunião de todos os eleitos.  O caminho de Jesus é o do serviço até a entrega total da vida. Quem quiser servi-lo deverá seguir o mesmo caminho.
O compromisso do Mestre com seus discípulos é mais firme do que o do pastor que conduz seu rebanho e é responsável de cada uma das suas ovelhas, para que não se extraviem.

PARA REFLETIR
A exemplo da semente de trigo que, por sua morte na terra, produz frutos, também nós, para ajudar quem precisa temos que morrer para nós mesmos.  Temos essa coragem?

Santos do Dia 25

25 de março

    Anunciação do Anjo
       à Virgem Maria
A visita do Arcanjo Gabriel à Virgem Maria, quando esta se encontrava em Nazaré, cidade da Galiléia, marca o início de toda uma trajetória que cumpriria as profecias do Velho Testamento e daria ao mundo um novo caminho, trazendo à luz a Boa Nova. Ali nasceu também a oração que a partir daquele instante estaria para sempre na boca e no coração de todos os católicos: a Ave Maria.
Maria era uma jovem simples, noiva de José, um carpinteiro descendente direto da linhagem da casa de Davi. A cerimônia do matrimônio daquele tempo, entretanto, estabelecia que os noivos só teriam o contato carnal da consumação depois de um ano das núpcias. Maria, portanto, era virgem.
Maria perturbou-se ao receber do anjo o aviso que fora escolhida para dar a luz ao Filho de Deus, a quem deveria dar o nome de Jesus, e que Ele era enviado para salvar a Humanidade e cujo Reino seria eterno. Sim porque Deus, que na origem do Mundo Criou todas as coisas com sua Palavra, desta vez escolheu depender da palavra de um frágil ser humana, a Virgem Maria, para poder realizar a Encarnação do Redentor da Humanidade.
Ela aceitou sua parte na missão que lhe fora solicitada, demonstrando toda confiança em Deus e em Seus desígnios, para o cumprimento dessa profecia e mostrou porque foi ela a escolhida para ser Instrumento Divino nos acontecimentos que iriam mudar o destino da Humanidade.
Ao perguntar como poderia ficar grávida, se não conhecia homem algum e receber de Gabriel a explicação de que seria fecundada pelo Espírito Santo, por graças do Criador, sua resposta foi tão simples como sua vida e sua fé: "Sou a serva do Senhor. Faça-se segundo a Sua vontade".
Com esta resposta, pelo seu consentimento, Maria aceitou a dignidade e a honra da maternidade divina, mas ao mesmo tempo também os sofrimentos, os sacrifícios que a ela estavam ligados. Declarou-se pronta a cumprir a vontade de Deus em tudo como sua serva. Era como um voto de vítima e de abandono. Esta disposição é a mais perfeita, é a fonte dos maiores méritos e das melhores graças. O momento da Anunciação, onde se dá a criação, na pessoa de Maria como a Mãe de Deus, que acolhe a divindade em si mesma, contém em si toda a eternidade e, nesta, toda a plenitude dos tempos.
Por isso a data de hoje marca e festeja este evento que se trata de um dos mistérios mais sublimes e importantes da História do homem na Terra: a chegada do Messias, profetizada séculos antes no Antigo Testamento. Episódio que está narrado em várias passagens importantes do Novo Testamento.
A festa da Anunciação do Anjo à Virgem Maria, Lc 1,26-38, é comemorada desde o Século V, no Oriente e a partir do Século VI, no Ocidente, nove meses antes do Natal, só é transferida quando coincide com a Semana Santa.

sábado, 24 de março de 2012

Evangelho do Dia 24

24 de março de 2012

João 7,40-53
Ouvindo essas palavras, alguns daquela multidão diziam: "Esse é realmente o profeta". Outros diziam: "Este é o Cristo". Mas outros protestavam: "É acaso da Galiléia que há de vir o Cristo? Não diz a Escritura: O Cristo há de vir da família de Davi e da aldeia de Belém, onde vivia Davi?". Houve por isso divisão entre o povo por causa dele. Alguns deles queriam prendê-lo, mas ninguém lhe lançou as mãos. Voltaram os guardas para junto dos príncipes dos sacerdotes e fariseus, que lhes perguntaram: "Por que não o trouxestes?". Os guardas responderam: "Jamais homem algum falou como este homem!...". Replicaram os fariseus. "Porventura também vós fostes seduzidos? Há, acaso, alguém dentre as autoridades ou fariseus que acreditou nele? (...)

COMENTÁRIO
"Este é o Cristo."
O relato do Evangelho de hoje demonstra a possibilidade de compreender Jesus quando se parte dos próprios critérios para julgar a sua pessoa e a sua doutrina. Esta incapacidade se encontra personificada , aqui pelos fariseus, e é colocada em realce no fato de que os guardas não cumpriram as suas ordens de trazer Jesus, porque ficaram impressionados pela autoridade de sua doutrina.
Esse reconhecimento deve-se, segundo os fariseus, a sua ignorância da lei. A multidão "maldita" não está autorizada a pensar. Deve executar, obedientemente, as ordens de seus superiores.
Muitas vezes, um profeta é incômodo. Isso divide opiniões que são sempre parciais, incompletas. As palavras, as atitudes de Jesus levsm necessariamente a uma tomada de posição. Em geral, as pessoas indiferentes ou ambiciosas não reconhecem a identidade de Cristo, que só a fé pode revelar. Cristo apresenta-se como Luz e Vida. Cabe a nós descobri-lo para enxergar e viver.

Santos do Dia 24

24 de março de 2012

Santa Catarina da Suécia
Catarina foi ao mesmo tempo filha, discípula e companheira inseparável da mãe, Santa Brígida, a maior expressão religiosa feminina da história da Suécia. Nascida num berço nobre e cristão, Catarina nasceu em 1331 e recebeu educação e cultura com sólida base religiosa. Aos sete anos de idade, foi entregue às Irmãs do convento de Risberg, que souberam desenvolver totalmente sua vocação, cristalizando os ensinamentos cristãos que já vinha recebendo desde o berço.
Mas, circunstâncias políticas e sociais fizeram com que a jovem tivesse que se casar com um nobre da corte, Edgar, que além de fervoroso cristão era doente. Assim, decidiu aceitar o voto de castidade que Catarina fizera e ele mesmo resolveu adota-lo, vivendo tranqüilos como irmãos. Quando Edgard, ficou paralítico, Catarina passou a cuidar dele com todo carinho e generosidade.
Por ocasião da morte do pai de Catarina, sua mãe Brígida resolveu se voltar totalmente para a vida religiosa, iniciando-a com uma romaria aos túmulos dos apóstolos, em Roma. Pouco tempo depois Catarina conseguiu a autorização do marido para encontrar-se com a ela. Mas, quando estavam em Roma receberam a notícia da morte de Edgard. Então, ambas fizeram os votos e vestiram o hábito de religiosas e não se separaram mais. Catarina ajudou e acompanhou todo o trabalho de caridade e evangelização desenvolvido pela mãe. Fundaram juntas o duplo mosteiro de Vadstena, na Suécia, do qual Brígida foi abadessa, criando a Ordem de São Salvador, cujas religiosas são chamadas de brigidinas.
Catarina, como sua assistente, seguiu-a em todas as viagens perigosas, em seu país e no exterior, sendo muita vezes salvas por um cervo selvagem que sempre aparecia para socorrer Catarina. Foi após uma peregrinação à Terra Santa, que Brígida veio a falecer, em Roma. Catarina acompanhou o corpo de volta para a Suécia e foi recebida com aclamação popular, junto com os restos mortais da mãe, que já era venerada por sua santidade.
Os registros relatam mais fatos prodigiosos, ocorridos com a nova abadessa, pois Catarina foi eleita sucessora da mãe no convento. Eles contam que alguns pretendentes queriam que ela abandonasse os votos e o hábito depois a morte de Edgard. Um, mais audacioso, ao tentar atacá-la, teria ficado cego e só recuperado a visão depois de se ajoelhar aos seus pés e pedir perdão, quando abriu os olhos viu ao lado de Catarina um cervo selvagem. Por isso, nas suas representações sempre há um cervo junto dela.
Entretanto, a rainha-mãe Brígida, depois de falecida passou a operar prodígios, segundo muitos devotos e peregrinos que afirmavam ter alcançado graças por sua intercessão. Por isso, a pedido do povo e das autoridades da corte, a abadessa Catarina foi a Roma requerer do Sumo Pontífice a canonização da mãe, em nome da população do seu país. Alí viveu por cinco anos, interna de um convento onde ficaram registrados sua extrema disciplina, o senso de caridade e a humildade com que tratava os doentes e necessitados.
Catarina, quando voltou para a Suécia, já era portadora de grave enfermidade, talvez pelas horas de duras penitências que praticava. Tinha cinqüenta anos de idade quando faleceu, no dia 24 de março de 1381.
O papa Inocente VIII, confirmou o culto de Santa Catarina da Suécia, em 1484. Mas o seu culto já era muito vigoroso em toda a Europa, uma vez que segundo a população romana ela teria salvado a cidade da inundação do rio Tevere cuja cheia já havia derrubado os diques que o continham.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Evangelho do Dia 23

23 de março de 2012

João 7, 1-2.10.25-30
Depois disso, Jesus percorria a Galiléia.  Ele não queria deter-se na Judeia, porque os judeus procuravam tirar-lhe a vida.  "Aproximava-se a festa dos judeus chamada dos Tabernáculos (...).  Algumas das pessoas de Jerusalém diziam:  "Não é este aquele a quem procuram tirar a vida?  Todavia, ei-lo que fala em público e não lhe dizem coisa alguma.  Porventura reconheceram de fato as autoridades que ele é o Cristo?  Mas este nós sabemos de onde vem.  Do Cristo, porém, quando vier, ninguém saberá de onde seja".  Enquanto ensinava no templo, Jesus exclamou:  "Ah!  Vós me conheceis e sabeis de onde eu sou!...   Entretanto, não vim de mim mesmo, mas é verdadeiro aquele que me enviou, e vós não o conheceis.  Eu o conheço, porque venho dele e ele me enviou".  Procuraram prendê-lo, mas ninguém lhe deitou as mãos, porque ainda não era chegada a sua hora.

COMENTÁRIO
"Eu e meu Pai somos um só."
O contexto dessa controvérsia se dá por ocasião da festa dos tabernáculos.  As contínuas contrariedades de Cristo diante de seus opositores fazem-nos entender que a fidelidade à verdade pode custar a vida.
Os vv. 25-30 relatam a temática da controvérsia sobre a messianidade de Jesus.  A grande interrogação é saber de onde vem Jesus.  Observa-se na narrativa de João que essas controvérsias aparecem diversas vezes no Evangelho, por exemplo: 2,9; 3,8; 4,11; 7,27-28; 8,14; 9,29-30; 19,9.
Segundo a concepção popular, o Messias deveria vir de uma origem misteriosa.  E a resposta de Jesus é: "vim do Pai, que me enviou".
Ele veio de Deus e tem nele a sua verdadeira origem.   Ele vem de Deus e volta para Deus.  Essa afirmação divide os cristãos:  uns se inflamam no ódio a Jesus para eliminá-lo e outros o aceitam.

Santos do Dia 23

23 de março

       São Turíbio de 
        Mongrovejo

Turíbio Alfonso de Mongrovejo nasceu na cidade de Majorca de Campos, Leon, na Espanha, em 1538, no seio de uma família nobre e rica. Estudou em Valadolid, Salamanca e Santiago de Compostela, licenciado em direito e foi membro da Inquisição. Sua vida era pautada pela honestidade e lisura, mas, jamais poderia suspeitar que Deus o chamaria para um grande ministério. Quando então foi nomeado Arcebispo para a América espanhola, pelo Papa Gregório XIII, atendendo um pedido do rei Felipe II, da Espanha, que tinha muita estima por Turíbio. 
O mais curioso é que ele teve de receber uma a uma todas as ordens de uma só vez até finalizar com a do sacerdócio, para em 1580, ser consagrado Arcebispo da Cidade dos Reis, chamada depois Lima, atual capital do Peru, aos quarenta anos de idade. Isso ocorreu porque apesar de ser tonsurado, isto é, ter o cabelo cortado como os padres, ainda não pertencia ao clero. E, foi assim que surgiu um dos maiores apóstolos da Igreja, muitas vezes comparado a Santo Ambrósio. 
Chegando à América espanhola em 1581, ficou espantado com a miséria espiritual e material em que viviam os índios. Aprendeu sua língua e passou a defendê-los contra os colonizadores, que os exploravam e maltratavam. Era venerado pelos fiéis e considerado um defensor enérgico da justiça, diante dos opressores. 
Apoiado pela população, organizou as comunidades de sua diocese e depois reuniu assembléias e sínodos, convocando todos os habitantes para a evangelização. Sob sua direção, foram realizados dez concílios diocesanos e os três provinciais que formaram a estrutura legal da Igreja da América espanhola até o século XX. Inclusive, o Sínodo Provincial de Lima, em 1582, foi comparado ao célebre Concílio de Trento. Conta-se que neste sínodo, com fina ironia, Turíbio desafiou os espanhóis, que se consideravam tão inteligentes, a aprenderem uma nova língua, a dos índios. 
Quando enviou um relatório ao rei Felipe II, em 1594, dava conta de que havia percorrido quinze mil quilômetros e administrado o sacramento da crisma a sessenta mil fiéis. Aliás, teve o privilégio e a graça de crismar três peruanos, que depois se tornaram santos da Igreja: Rosa de Lima, Francisco Solano e Martinho de Porres. 
Turíbio fundou o primeiro seminário das Américas e pouco antes de morrer doou suas roupas, inclusive as do próprio corpo, aos pobres e aos que o serviram, gesto, que revelou o conteúdo de toda sua vida. Faleceu no dia 23 de março de 1606, na pequena cidade de Sanã, Peru. Foi canonizado em 1726, pelo Papa Bento XIII, que declarou São Turíbio de Mongrovejo "apóstolo e padroeiro do Peru", para ser celebrado no dia do seu trânsito.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Evangelho do Dia 22

22 de março de 2012

João 5,31-47
"Se eu der testemunho de mim mesmo, não é digno de fé o meu testemunho. Há outro que dá testemunho de mim, e sei que é digno de fé o testemunho que dá de mim (...). Mas tenho maior testemunho do que o de João, porque as obras que meu Pai me deu para executar - essas mesmas obras que faço - testemunham a meu respeito que o Pai me enviou. E o Pai que me enviou, ele mesmo deu testemunho de mim. Vós nunca ouvistes a sua voz nem vistes a sua face... e não tendes a sua palavra permanente em vós, pois não credes naquele que ele enviou. Vós perscrutais as Escrituras, julgando encontrar nelas a vida eterna. Pois bem! São elas mesmas que dão testemunho de mim (...). Vim em nome de meu Pai, mas não me recebeis. Se vier outro em seu próprio nome, haveis de recebê-lo... Como podeis crer, vós que recebeis a glória uns dos outros, e não buscais a glória que é só de Deus? (...)"

COMENTÁRIO
"Jesus disse: 'Vim em nome de meu Pai, mas não me recebeis'."
O texto do Evangelho de hoje apresenta quem são as testemunhas de Cristo. Diante do decreto da morte de Jesus, pelas autoridades judaicas, aparecem as testemunhas que depõem a favor de Jesus:
a) João Batista (vv. 31-37) - esta é uma das características de João Batista no IV Evangelho: ser testemunha de Jesus
b) O Pai (vv. 37-38) - a prática de Jesus revela quem é Deus e, ao mesmo tempo, quem é Jesus. A sua Palavra não permanece em vós, porque não acreditais naquele que ele enviou.
c) A Escritura (vv. 39-40)
Portanto são três as testemunhas a favor de Jesus recusadas pelas autoridades religiosas, pois elas fazem da religião o substrato para manter seus privilégios. Na base da incredulidade dos judeus estão o egoísmo, a vanglória...

Santos do Dia 22

22 de março

           Santa Léia

Pouco se conhece sobre a vida de Léia, uma rica romana que quando ficou viúva, ainda jovem, recusou um novo casamento, como era o costume da época, para se juntar à Marcela, abadessa de uma comunidade, criada em sua própria residência em Aventino, Roma. O local, depois se tornou um dos mosteiros fundados e dirigidos por Jerônimo, que se tornou santo, doutor da Igreja e bispo de Hipona, na África do Norte, e que viveu também nesse período, na cidade eterna. 
Léia recusara ninguém menos que Vécio Agorio Pretestato, cônsul romano designado prefeito da Urbe, que lhe proporcionaria uma vida ainda mais luxuosa, pelo prestigio e privilégios que envolviam aquele cargo. Teria uma vila inteira como moradia e incontáveis criados para atendê-la. Entretanto, Léia preferiu viver numa cela pequena, fria e escura, com simplicidade e dedicada à oração, à caridade e à penitência. 
A jovem abandonou os finos vestidos para usar uma roupa tosca de saco rude e fazia questão de realizar as tarefas mais humildes, assumindo uma atitude de escrava para as outras religiosas. Passava noites inteiras em oração e quando fazia obras beneméritas, o fazia escondido, para não chamar a atenção de ninguém e não receber nenhuma recompensa ou reconhecimento pelos seus atos. Por isso, Léia foi eleita Madre superiora, trabalho que exerceu durante o resto de seus dias com alegria, tranqüilidade e a mesma humildade. 
Esses poucos dados sobre Léia estão contidos numa carta escrita pelo bispo Jerônimo, quando soube da sua morte, em 384. Curiosamente, ela morreu em Roma, no mesmo ano em que faleceu Vécio, o consul, rejeitado por ela . 
Na ocasião dessas mortes, Jerônimo já havia se retirado de Roma para viver solitariamente perto de Belém, depois de ter sido caluniado. Retirou-se para um mosteiro e continuou dirigindo o que havia fundado, na residência romana. Na carta, que ele enviou à essas religiosas, fez um paralelo entre as duas mortes, mostrando que antes o riquíssimo cônsul usava as mais finas vestes púrpuras e agora estava envolto em escuridão, enquanto, Léia, antes vestida de rude roupa de saco, agora vivia na luz e na glória, por ter percorrido o caminho da santidade. 
Logo foi venerada pelo povo que trazia Santa Léia, no coração e na memória. Até porque era difícil compreender, mesmo depois de passado tanto tempo, a troca que fizera do posto de primeira dama romana pela de abnegação de monja. Contudo, foi assim que Santa Léia escolheu viver, na entrega total ao Senhor ela encontrou a maneira de alcançar seu lugar ao lado de Deus na eternidade.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Evangelho do Dia 21

21 de março de 2012

João 5, 17-30
Mas ele lhes disse: "Meu Pai continua agindo até agora, e eu ajo também".  Por essa razão os judeus, com maior ardor, procuravam tirar-lhe a vida, porque não somente violava o repouso do sábado , mas afirmava ainda que Deus era seu Pai e se fazia igual a Deus.  Jesus tomou a palavra e disse-lhes: "Em verdade, em verdade vos digo: o Filho de si mesmo não pode fazer coisa alguma: ele se faz o que vê fazer o Pai; e tudo o que o Pai faz, o faz também semelhantemente o Filho.  Pois o Pai ama o Filho e mostra-lhe tudo o que faz; e maiores obras do que esta lhe mostrará, para que fiqueis admirados.  Com efeito, como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá vida, assim também o Filho dá a vida a quem ele quer (...).  Julgo como ouço; e o meu julgamento é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.

COMENTÁRIO
Autoridade de Deus
Esse discurso cristológico estabelece a perfeita unidade de ação entre o Pai e o Filho.  Por outro lado, acentua-se a completa dependência do Filho em relação ao Pai.

Jesus começa a rebater as acusações sofridas por parte do judaísmo: os judeus ainda mais procuravam  matá-lo, pois além de violar o sábado, chamava a Deus de Pai, fazendo-se assim igual  a ele.

O Filho faz o que quer o Pai, e o faz com ele e para ele.  Essa identidade de ação fundamenta-se no amor que o Pai tem para com o Filho, que comunica todas as suas intenções e planos de ação.
Ao chamar Deus de Pai, Jesus revela estar unido a ele, realidade que também é nossa.
Dessa unidade de ação desenvolvem-se em seguida dois temas fundamentais: a vida e o juízo.  Quem os aceita dessa forma, mediante a fé, honra o Pai e o Filho, tem a vida e não correrá em desgraça.

Santos do Dia 21

21 de março

  São Nicolau de Flue

Bruder Klaus nasceu no dia 21 de março de 1417, na Suíça. Oriundo de família pobre, ainda jovem queria ser monge ou eremita. Nesta época não pôde realizar o sonho porque tinha que ajudar os pais nos trabalhos do campo. Mais tarde também não o conseguiu, pois se casou. Felizmente a escolhida era uma moça muito virtuosa e religiosa, chamada Dorotéia, com a qual teve dez filhos. Vários deles se tornaram sacerdotes, e um dos netos, Conrado Scheuber, morreu com o conceito de santidade. 
Ainda neste período Klaus não pôde se dedicar totalmente às orações e meditações como queria. Os escritos da época narram que, devido ao seu reconhecido senso de justiça, retidão de consciência e integridade moral, foi convocado a assumir vários cargos públicos, como, juiz, conselheiro e deputado. 
Finalmente, aos cinqüenta anos de idade conseguiu a concordância da família e abandonou tudo. Adotou o nome de Nicolau e foi viver numa cabana que ele mesmo construiu, não muito longe de sua casa, mas num local ermo e totalmente abandonado. Tinha por travesseiro uma pedra e como cama uma tábua dura. Naquele local viveu por dezenove anos e há um fato desse período que impressionou no passado e impressiona até hoje. Há provas oficiais de que ele, durante todos esses anos, alimentou-se exclusivamente da Sagrada Comunhão. Entretanto, não conseguia se manter na solidão. Amável e receptivo, não fugia de quem o procurasse. E a pátria precisou dele várias vezes. 
Pacificador e inimigo das batalhas, conhecido por seus atos e pela condição de eremita, foi chamado a mediar situações explosivas como a ameaça de guerra contra os austríacos e a eclosão iminente de uma guerra civil. Mas, quando não houve jeito de alcançar a paz no diálogo, ele também não fugiu de assumir seu lugar nos campos de batalha, como soldado e mesmo oficial. Entretanto, seu trabalho na reconciliação entre as partes envolvidas nestas questões de guerra repercutiu muito na população. Nicolau passou a ser venerado pelo povo, que logo o chamou de "Pai da Pátria". 
Porém, à qualquer chance que tinha voltava para sua cabana, até ser solicitado novamente. Foi conselheiro espiritual e moral de muita gente, tanto pessoas simples como ocupantes de cargos elevados. Era muito respeitado por católicos e protestantes. Há quase um consenso em seu país de que a Suíça é hoje um país neutro e pacífico, que dificilmente se envolve em guerras ou conflitos internacionais, graças à influência do "Irmão Klaus", como era, e ainda é, carinhosamente chamado por todos os suíços. 
Ele morreu no dia 21 de março de 1487, exatos setenta anos do seu nascimento. O corpo de Nicolau está sepultado na Igreja de Sachslen. Beatificado em 1669, foi canonizado pelo Papa Pio XII em 1947. A memória de São Nicolau de Flue é venerada pela Igreja, no dia 21 de março e como herói da pátria, no dia 25 de setembro. Ele é o Santo mais popular da Suíça.

Oração de São Nicolau de Flüe

Meu Senhor e meu Deus, tirai-me tudo o que me afasta de vós.
Meu Senhor e meu Deus, dai-me tudo o que me aproxima de vós.
Meu Senhor e meu Deus, desprendei-em de mim mesmo para doar-me por inteiro a vós.

terça-feira, 20 de março de 2012

Evangelho do Dia 20

20 de março de 2012

João 5, 1-16

Depois disso,  houve uma festa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém.  Há em Jerusalém, junto à porta das Ovelhas, um tanque, chamado em hebraico Betesda, que tem cinco pórticos.  Nesses pórticos jazia um grande número de enfermos, de cegos, de coxos e paralíticos.  Estava ali um homem enfermo havia trinta e oito anos.  Vendo-o deitado e sabendo que já havia muito tempo que estava enfermo, perguntou-lhe Jesus: "Queres ficar curado?".  O enfermo respondeu-lhe: "Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada; enquanto vou, já outro desceu antes de mim."  Ordenou-lhe Jesus: "Levanta-te, toma o teu leito e anda".  No mesmo instante, aquele homem ficou curado, tomou o seu leito e foi andando (...).  Mais tarde, Jesus o achou no templo e lhe disse:  "Eis que ficaste são; já não peques, para não te acontecer coisa pior". (...)


COMENTÁRIO
"Levanta-te, toma o teu leito e anda."
Na narrativa dessa cura é Jesus quem toma a iniciativa diante da passividade do enfermo.  Em todos os milagres de cura, o necessitado vai até Jesus, por si ou por meio de outros, para pedir a sua ajuda.  No caso de hoje é Jesus quem vai até o enfermo.
A libertação de Jesus consiste numa total renovação de nosso ser à imagem de Deus.  É por essa razão que Deus não fica satisfeito apenas com a libertação do paralítico de sua escravidão humana.
Essa libertação, importante em si mesma, é somente parte de uma salvação maior.  Encontrando-o mais tarde no templo, Jesus chama-o para uma conversão dos pecados, a fim de que a libertação possa ser autêntica.
Muitas vezes, a severa interpretação de costumes e leis nos faz perder a oportunidade de ficarmos livres dos males que nos afetam.

Santos do Dia 20

20 de março

  Santa Maria Josefina
  do Coração de Jesus 
    Sancho de Guerra
Maria Josefina era a primogênita de Barnabé Sancho, serralheiro, e de Petra de Guerra, doméstica. Nasceu em Vitória, Espanha, no dia 07 de setembro de 1842, tendo recebido o batismo no dia seguinte. Ficou órfã de pai muito cedo e foi sua mãe que a preparou para a Primeira Comunhão, recebida aos dez anos. Completou a sua formação e educação em Madri na casa de alguns parentes, e desde muito cedo começou a demonstrar uma grande devoção à Eucaristia e a Nossa Senhora, uma forte sensibilidade em relação aos pobres e aos doentes e uma inclinação para a vida interior.
Regressou a Vitória aos dezoito anos e logo manifestou à sua mãe o desejo de entrar num mosteiro, pois se sentia atraída pela vida de clausura. Mais tarde, costumava dizer: "Nasci com a vocação religiosa". Foi assim que decidiu entrar no Instituto Servas de Maria, recentemente fundado em Madri por madre Soledade Torres Acosta. Com a aproximação da época de fazer sua profissão de fé, foi assaltada por graves dúvidas e incertezas sobre sua efetiva chamada para aquele Instituto. Admitiu essa disposição à vários confessores, chegando até a dizer que tinha se enganado quanto à própria vocação.
Mas, os constantes contatos com o arcebispo de Saragoça, futuro Santo, Antônio Maria Claret e as conversas serenas com madre Soledade Torres Acosta, amadureceram nela a possibilidade de fundar uma nova família religiosa, que se dedicasse aos doentes, em casa ou nos hospitais. E foi assim que aos vinte e nove anos ela fundou o Instituto das Servas de Jesus, na cidade de Bilbao, em 1871.
Depois por quarenta e um anos, foi a superiora do Instituto. Acometida por uma longa e grave enfermidade que a mantinha ou no leito ou numa poltrona, sofreu muito antes de seu transito, sem contudo deixar sua atividade de lado. Através de uma intensa e expressa correspondência, solidificou as bases dessa nova família. No momento da sua morte, em 20 de março de 1912, havia milhares de religiosas, espalhadas por quarenta e três casas. A sua morte foi muito sentida em toda a região e o seu funeral teve uma grande manifestação de pesar. Os seus restos mortais foram trasladados para a Casa-Mãe, em Bilbao, onde ainda se encontram.
Os pontos centrais da espiritualidade de madre Maria Josefina podem definir-se como: um grande amor à Eucaristia e ao Sagrado Coração de Jesus; uma profunda adoração do mistério da Redenção e uma íntima participação nas dores de Cristo e na Sua Cruz; e a completa dedicação ao serviço dos doentes, num contexto de espírito contemplativo.
O seu carisma de serviço aos enfermos ficou bem claro nas palavras por ela escritas: "Desta maneira, as funções materiais do nosso Instituto, destinadas a salvaguardar a saúde corporal do nosso próximo, elevam-se a uma grande altura e fazem a nossa vida ativa mais perfeita que a contemplativa, como ensinou o Doutor angélico, São Tomás d'Aquino que falou dos trabalhos dirigidos à saúde da alma, que vêm da contemplação" (Directorio de Asistencias de la Congregación Religiosa Siervas de Jesús de la Caridad, Vitória 1930, pág. 9).
É com este espírito, que as Servas de Jesus têm vivido desde a morte de Santa Maria Josefina. O serviço dos doentes tornou-se, assim, a oblação generosa das suas vidas, seguindo o exemplo da sua Fundadora. Hoje espalhadas pela Europa, América Latina e Ásia, as Servas procuram dar pão aos famintos, acolher os doentes e outros necessitados, criar centros para pessoas idosas, desenvolvendo sempre a pastoral da saúde e outras obras de caridade. Elas também estão presentes em Portugal.
A causa da canonização de madre Maria Josefina começou em 1951; foi solenemente beatificada pelo Papa João Paulo II em 1992 e depois canonizada em 01 de Outubro de 2000, pelo mesmo pontífice, em Roma.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Santuário de Fátima no Facebook!


Desde o dia 5 de março, o Santuário de Fátima possui a sua página oficial no Facebook, através da qual pretende estar mais em contato com os usuários desta rede social.

Será mais uma forma de fazer chegar a mensagem, a história e a atualidade deste lugar a todos quantos o queiram conhecer melhor.

Vamos prestigiar Nossa Senhora !

Sede todos bem vindos!


http://www.santuario-fatima.pt/portal/index.php?id=47945

81ª Peregrinação Diocesana à Fátima

A Diocese de Leiria-Fátima prepara a 81ª peregrinação ao Santuário de Fátima, este ano sob o lema: “Testemunhas de Cristo no mundo, a convite de Maria”. A peregrinação ocorrerá no dia 25 de março, domingo, sendo que estão  sendo organizadas atividades especificas para jovens e escuteiros para o dia 24, orientadas, respetivamente, pelo Serviço Diocesano de Pastoral Juvenil e pela Junta Regional do CNE.

Na Carta para o ano pastoral de 2011/12, que intitulou “Testemunhas de Cristo no mundo”, D. António Marto, bispo da diocese, convidou os seus diocesanos a participarem na peregrinação. “A peregrinação diocesana no 5º Domingo da Quaresma há de ajudar-nos a acolher o convite de Maria e a corresponder-lhe tornando-nos construtores de relações de paz, promovendo a reconciliação e a justiça e empenhando-nos na defesa do bem comum e da solidariedade”, escreveu D. António Marto, e, reiterando as palavras do Papa Bento XVI, em maio de 2010, quando da sua peregrinação a Fátima, lembrou  que Nossa Senhora "ilumina-nos o caminho com o seu apelo em Fátima, chamando os cristãos a assumirem a sua responsabilidade no mundo”.
Convidou ainda os seus diocesanos a associaram-se “espiritualmente” ao lema do Santuário para este ano: “Quereis oferecer-vos a Deus?”.  “É o pedido que Nossa Senhora faz aos pastorinhos e espera a resposta da nossa generosa disponibilidade aos desígnios de Deus para a salvação e a paz do mundo lacerado por injustiças, ódios e conflitos”, refere.

Os programas previstos para 24 e 25 de março são os seguintes:
Dia 24, sábado: atividades para jovens e escuteiros orientados, respetivamente, pelo Serviço Diocesano de Pastoral Juvenil e a Junta Regional do CNE.
Dia 25, domingo: Programa geral   
8:00-9:00 – Confissões na Capela da Reconciliação, da Igreja da Santíssima Trindade
8:45 – Concentração e oração da manhã na igreja da Santíssima Trindade.
9:40 – Caminhada para a Capelinha e saudação a Nossa Senhora
10:00 – Oração do Rosário, celebração da Eucaristia e bênção dos doentes
14:30 – Evocação festiva no Centro Paulo VI, com apresentação das paróquias que celebram 500 anos (Monte Real, Batalha e Reguengo do Fétal) e do Colégio de S. Miguel na comemoração dos seus 50 anos.

Outros pormenores desta peregrinação serão anunciados na página oficial da Diocese de Leiria-Fátima na internet: http://www.leiria-fatima.pt/  


Evangelho do Dia 19

José, esposo de Maria 
19 de março de 2012

Mateus 1,16,18-21.24a ou Lucas 2, 41-51a
Seus pais iam todos os anos a  Jerusalém para a festa da Páscoa.  Tendo ele atingido doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume da festa.  Acabados os dias da festa, quando voltavam, ficou o menino Jesus em Jerusalém, sem que os seus pais o percebessem (...).  Mas não o encontrando voltaram a a Jerusalém, à procura dele.  Três dias depois o acharam sentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os.  Todos os que o  ouviam estavam maravilhados da sabedoria de  suas respostas.  Quando eles o viram, ficaram admirados.  E sua mãe disse-lhe:  "Meu filho, que nos fizeste?" Eis que teu pai e eu andávamos à tua procura, cheios de aflição".  Respondeu-lhes ele:  "Porque me procuráveis?  Não sabiam que devo ocupar-me das coisas de meu Pai? (...) E Jesus crescia em estatura, em sabedoria e graça., diante de Deus e dos homens.

COMENTÁRIO
"Seus pais iam todos os anos a Jerusalém para a festa da Páscoa."
Jesus crescia em idade e sabedoria.  Estava com 12 anos.  Ele foi com seus pais à festa da Páscoa, em Jerusalém.  Terminada a festa, o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais e percebessem.  José e Maria o buscam entre os caminhantes.  Não o encontram.  Voltam, apressados, a Jerusalém e três dias após o encontram no Templo entre os doutores, ouvindo-os e interrogando-os, Maria, sua mãe, disse-lhe: "Eu e seu pai estávamos aflitos procurando-o!"  José é uma das figuras mais silenciosas dos Evangelhos.  Não sabemos nada sobre ele.  Soube ocupar seu lugar.  Muitas pessoas são como São José.  Trabalham em silêncio, fazem o que devem fazer.  E nós?  Será que não queremos ser o centro de tudo?

Santos do Dia 19

19 de março 

             São José
São raros os dados sobre as origens, a infância e a juventude de José, o humilde carpinteiro de Nazaré, pai terrestre e adotivo de Jesus Cristo, e esposo da Virgem de todas as virgens, Maria. Sabemos apenas que era descendente da casa de David. Mas, a parte de sua vida da qual temos todo o conhecimento basta para que sua canonização seja justificada. José é, praticamente, o último elo de ligação entre o Velho e o Novo Testamento, o derradeiro patriarca que recebeu a comunicação de Deus vivo, através do caminho simples dos sonhos. Sobretudo escutou a palavra de Deus vivo. Escutando no silêncio.
Nas Sagradas Escrituras não há uma palavra sequer pronunciada por José. Mas, sua missão na História da Salvação Humana é das mais importantes: dar um nome a Jesus e fazê-lo descendente de David, necessário para que as profecias se cumprissem. Por isso, na Igreja, José recebeu o título de "homem justo". A palavra "justo" recorda a sua retidão moral, a sua sincera adesão ao exercício da lei e a sua atitude de abertura total à vontade do Pai celestial. Também nos momentos difíceis e às vezes dramáticos, o humilde carpinteiro de Nazaré nunca arrogou para si mesmo o direito de pôr em discussão o projeto de Deus. Esperou a chamada do Senhor e em silêncio respeitou o mistério, deixando-se orientar pelo Altíssimo.
Quando recebeu a tarefa, cumpriu-a com dócil responsabilidade: escutou solícito o anjo, quando se tratou de tomar como esposa a Virgem de Nazaré, na fuga para o Egito e no regresso para Israel (Mt 1 e 2, 18-25 e13-23). Com poucos mas significativos traços, os evangelistas o descreveram como cuidadoso guardião de Jesus, esposo atento e fiel, que exerceu a autoridade familiar numa constante atitude de serviço. As Sagradas Escrituras nada mais nos dizem sobre ele, mas neste silêncio está encerrado o próprio estilo da sua missão: uma existência vivida no anonimato de todos os dias, mas com uma fé segura na Providência.
Somente uma fé profunda poderia fazer com que alguém se mostrasse tão disponível à vontade de Deus. José amou, acreditou, confiou em Deus e no Messias, com toda sua esperança. Apesar da grande importância de José na vida de Jesus Cristo não há referências da data de sua morte. Os teólogos acreditam que José tenha morrido três anos antes da crucificação de Jesus, ou seja quanto Ele tinha trinta anos.
Por isso, hoje é dia de festa para a Fé. O culto a São José começou no Egito, passando mais tarde para o Ocidente, onde hoje alcança grande popularidade. Em 1870, o Papa Pio IX o proclamou São José, padroeiro universal da Igreja e, a partir de então, passou a ser venerado no dia 19 de março. Porém, em 1955, o Papa Pio XII fixou também, o dia primeiro de maio para celebrar São José, o trabalhador. Enquanto, o Papa João XXIII, inseriu o nome de São José no Cânone romano, durante o seu pontificado.

domingo, 18 de março de 2012

Evangelho do Dia 18

4° Domingo da Quaresma
18 de março

PRIMEIRA LEITURA
2Crônicas 36, 14-16.19-23
Todos os chefes dos sacerdotes e o povo continuaram a multiplicar os delitos, imitando as práticas abomináveis das nações pagãs e profanando o templo que o Senhor tinha consagrado para si em Jerusalém. Em vão Senhor, o Deus de seus pais, lhe tinha enviado, por meio de seus mensageiros, avisos sobre avisos, pois tinha compaixão de seu povo e de sua própria habitação. Eles zombavam de seus enviados, desprezando seus conselhos e riam de seus profetas, até que a ira de Deus se desencadeou sobre o seu povo e não houve mais remédio. (...)

SEGUNDA LEITURA
Efésios 2, 4-10
Mas Deus, que é rico em misericórdia, impulsionando pelo grande amor com que nos amou, quando estávamos mortos em consequência de nossos pecados, deu-nos a vida juntamente com Cristo - é por graça que fostes salvos! -, juntamente com ele nos ressuscitou e nos fez assentar nos céus, com Cristo Jesus. Ele demonstrou assim pelos séculos futuros a imensidão das riquezas de sua graça, pela bondade que tem para conosco, em Jesus Cristo. Porque é gratuitamente que fostes salvos mediante a fé. Isto não provém de vossos méritos, mas é puro dom de Deus. (...)

EVANGELHO
João 3, 14-21
Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim deve ser levantado o Filho do Homem, para que todo homem que nele crer tenha a vida eterna. Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem nele crê não é condenado (...). Ora, este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas que a luz, pois as suas obras eram más. Porquanto todo aquele que faz o mal odeia a luz e não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas aquele que pratica a verdade vem para a luz. Torna-se assim claro que as suas obras são feitas em Deus.

COMENTÁRIO
"Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito para que todo aquele que nele crer seja salvo."
A "elevação" de Jesus (3,14) constitui o Reino, o reinado ou senhorio da vida. Na elevação à cruz, inclui-se a exaltação à glória.  Nesta elevação, o evangelista acentua as seguintes idéias: a vitória sobre o príncipe deste mundo, a participação do homem na elevação mediante a fé, a morte enquanto passagem necessária.  A cruz não é o lugar da máxima humilhação, mas é um aspecto da elevação.
Na narrativa do texto de hoje encontramos três temas interligados:
a) o amor que o Pai tem para com o mundo, a ponto de enviar o seu Filho, e este dar sua vida em sacrifício para que  o mundo seja salvo;
b) depois explica como se dá a salvação e a condenação: "quem crer não é condenado, quem não crer já está condenado";
c) e, finalmente, o julgamento, que não é um acontecimento exterior ao homem, consiste na resposta que ele dá a Cristo que interpela o ser humana em aceitar e caminhar na luz ou, se preferir, viver nas trevas.  Um outro tema dessa narrativa de hoje é o Amor de Deus traduzido em obras.  Deus nos ama.  Ama cada um de nós de uma forma profunda e eterna.  Deus nos ama, não porque somos bons ou porque merecemos a bondade de Deus, mas em primeiro lugar porque Deus é amor, bondade e ternura.
Uma outra evidência de seu Amor é a atitude de salvar e perdoar sem castigos.  Para João, o evangelista, o julgamento realiza-se aqui e agora pela atitude do homem diante do revelador.  Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o ser humano possa salvar-se.  Deus fez a oferta que continua aberta.  Deve ser aceita na fé.

PARA REFLETIR
Suas obras não sejam reprovadas.  A consciência nos leva a Deus e nos acusa quando fazemos ou não a sua vontade.  Procuro escutar minha consciência?

Santos do Dia 18

18 de março

   São Cirilo de Jerusalém
Desde o início dos tempos cristãos a heresia se infiltrara na Igreja, mas, foi no século IV, que ocorreram as do arianismo e do nestorianismo causando profundas divisões. Cirilo viveu nesse período em Jerusalém, perto de onde nascera em 315, de pais cristãos e bem situados financeiramente. Muito preparado, desde a infância, nas Sagradas Escrituras e nas matérias humanísticas, em 345, foi ordenado sacerdote.
Em 348, foi consagrado, bispo de Jerusalém. Ocupou o cargo durante aproximadamente trinta e cinco anos, dezesseis dos quais passou no exílio, em três ocasiões diferentes. A primeira porque o bispo Acácio, de grande influencia na Igreja, cuja obra foi citada por São Jerônimo, acusou Cirilo de heresia. A segunda por ordem do imperador Constâncio que entendeu ser Cirílo realmente um simpatizante dos hereges, mas em sua defesa atuaram os bispos, Atanásio e Hilário, ambos Padres da Igreja assim como o próprio bispo Cirilo o é. A terceira, foi a mais longa , porque o imperador Valente, este sim herege, decidiu mandar de volta ao exílio todos os bispos anistiados, fato que fez Cirilo peregrinar durante onze anos, por várias cidades da Ásia, até a morte do soberano, em 378.
O seu trabalho, entretanto resistiu a tudo e chegou até nossos dias e especialmente porque ele sabia ensinar o Evangelho, como poucos. Em sua cidade, logo que se tornou sacerdote e no início do episcopado era o responsável por preparar os catecúmenos, isto é, os adultos que se convertiam e iriam ser batizados. Foi nesse período que escreveu dezoito discursos catequéticos, um sermão, a carta ao imperador Constantino e outros pequenos fragmentos. Treze escritos eram dedicados à exposição geral da doutrina e cinco dedicados ao comentário dos ritos Sacramentais da iniciação cristã . Assim, seus escritos explicam detalhadamente os "como" e os "porquês" de cada oração, do batismo, da crisma, da penitência, dos sacramentos e dos mistérios do Cristianismo, ditos dogmas da Igreja..
Cirilo também soube viver a religião na prática. Numa época de grande carestia, por exemplo, não hesitou em vender valiosos vasos litúrgicos e outras preciosidades eclesiásticas, para matar a fome dos pobres da cidade. Ele morreu no ano 386.
Desde o início de sua vida religiosa, Cirilo cujo caráter era afável e suave, sempre preferiu a catequese aos assuntos polêmicos, chegando quase a se comprometer com os arianos e semi-arianos. Porém, de maneira contundente aderiu à doutrina ortodoxa da Igreja no III Concílio ecumênico de Constantinopla, em 382, no qual ficou clara sua sempre fiel postura à Santa Sé e à Verdade de Cristo. Nessa oportunidade teve em seu favor a eloqüência das vozes dos sinceros bispos e amigos, Atanásio e Hilário, que o chamaram "valente lutador para defender a Igreja dos hereges que negam as verdades de nossa religião".
Sua canonização demorou porque, durante muito tempo, seu pensamento teológico foi considerado vascilante, como dizem os registros. Em 1882, o Papa Leão XIII, na solenidade em que instituiu sua veneração, honrou São Cirilo de Jerusalém, com os títulos de doutor da Igreja e príncipe dos catequistas católicos.

sábado, 17 de março de 2012

Devoção das três Ave-Marias

De manhã e à noite ajoelhai-vos, e com grande piedade, rezai três Ave Marias à Santíssima Virgem, dizendo a cada Ave Maria:

"Pela vossa imaculada Conceição, ó Maria, livrai-me neste dia (ou: nesta noite) de todo pecado mortal!"

Ou esta outra:
 "Pela vossa imaculada Conceição, ó Maria, fazei puro meu corpo e santa minha alma!"

Reze com São Patrício

Cristo guarde-me hoje,
Cristo comigo, Cristo à minha frente, Cristo atrás de mim,
Cristo em mim, Cristo embaixo de mim, Cristo acima de mim,
Cristo à minha direita, Cristo à minha esquerda,
Cristo ao me deitar,
Cristo ao me sentar,
Cristo ao me levantar,
Cristo no coração de todos os que pensarem em mim,
Cristo na boca de todos que falarem em mim,
Cristo em todos os olhos que me virem,
Cristo em todos os ouvidos que me ouvirem.
Levanto-me, neste dia que amanhece,
Por uma grande força, pela invocação da Trindade,
Pela fé na Trindade,
Pela afirmação da Unidade,
Pelo Criador da Criação.
Amém.

Evangelho do Dia 17

17 de março de 2012

Lucas 18, 9-14
Jesus lhe disse ainda esta parábola a respeito de alguns que se vangloriavam como se fossem justos, e desprezavam os outros:  "Subiram dois homens ao templo para orar: um era fariseu; o outro, publicano.  O fariseu, em pé, orava no interior desta forma: Graças te dou, ó Deus, que não sou como os demais homens:  ladrões, injustos e adúlteros; nem como o publicano que esta ali.  Jejuo duas vezes na semana e pago o dízimo de todos os meus lucros.  O publicano, porém, mantendo-se à distância, não ousava sequer levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ò Deus, tende piedade de mim, que sou pecador!  Digo-vos: este voltou para casa justificado, e não o outro.  Pois todo o que se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado".

COMENTÁRIO
"Alguns se gloriavam como se fossem justos."
No tempo de Jesus havia judeus que se consideram mais perfeitos que os demais porque tinham dinheiro para se  purificar de seus pecados mediante várias ofertas ao Templo.  E se vangloriavam como se fossem justos, mas não eram.  Os pobres, os doentes, sem condições para isso, eram considerados por eles, impuros.  Hoje também Jesus se mostra contrário àquela mentalidade e ensina que os atos externos de culto, como a celebração da Missa, a reza do Rosário, de novenas, as promessas, o pagamento do dízimo etc, não tem valor algum diante de Deus, se não tiver caridade.  Aproveitemos esta  preparação para a Páscoa e convertamo-nos ao Senhor.  Reflitamos que somos todos iguais e filhos do mesmo Pai.  Não temos o direito de menosprezar ninguém por mais humilde que seja, pois é também nosso irmão com a mesma dignidade que a nossa.  Por baixo do desprezo pelos outros, há um grande orgulho que nos separa de Deus.

Santos do Dia 17

17 de março

          São Patrício
Há poucos dados sobre a origem de Patrício, mas os que temos foram tirados do seu livro autobiográfico "Confissão". Nele, Patrício diz ter nascido numa vila de seu pai, situada na Inglaterra ou Escócia, no ano 377. Era filho de Calpurnius, e neto de um padre e apesar de ter nascido cristão, só na adolescência passou a se dedicar à religião, e aos estudos.
Aos dezesseis anos, foi raptado por piratas irlandeses e vendido como escravo. Levado para a Irlanda foi obrigado a executar duros trabalhos em meio a um povo rude e pagão. Por duas vezes Patrício tentou a fuga, até que na terceira vez conseguiu se libertar. Embarcou para a Grã-Bretanha e depois para as Gálias, atual França, onde freqüentou vários mosteiros e se habilitou para a vida monástica e missionária.
A princípio, acompanhou São Germano do mosteiro de Auxerre, numa missão apostólica na Grã-Bretanha. Mas seu destino parecia mesmo ligado à Irlanda, mesmo porque sua alma piedosa desejava evangelizar aquela nação pagã, que o escravizara. Quando faleceu o Bispo Paládio, responsável pela missão no país, o Papa Celestino I o convocou para dar segmento à missão. Foi consagrado bispo e viajou para a "Ilha Verde", no ano 432.
Sua obra naquelas terras ficará eternamente gravada na História da Igreja Católica e da própria Humanidade, pois mudou o destino de todo um povo. Em quase três décadas, o bispo Patrício converteu praticamente todo o país. Não contava com apoio político e muito menos usou de violência contra os pagãos. Com isso, não houve repressão também contra os cristãos. O próprio rei Leogário deu o exemplo maior, possibilitando a conversão de toda sua corte. O trabalho desse fantástico e singelo bispo foi tão eficiente que o catolicismo se enraizou na Irlanda, vendo nos anos seguintes florescer um grande número de Santos e evangelizadores missionários.
O método de Patrício para conseguir tanta conversão foi a fundação de incontáveis mosteiros. Esse método foi imitado pela Igreja também na Inglaterra e na evangelização dos alemães do norte da Europa. Promovendo por toda parte a construção e povoação de mosteiros, o bispo Patrício fez da Ilha um centro de irradiação de fé e cultura. Dali partiram centenas de monges missionários que peregrinaram por terras estrangeiras levando o Evangelho. Temos, como exemplo, a atuação dos célebres apóstolos Columbano, Galo, Willibrordo, Tarásio, Donato e tantos outros.
A obra do bispo Patrício interferiu tanto na cultura dos irlandeses, que as lendas heróicas desse povo falam sempre de monges simples com suas aventuras, prodígios e graças, enquanto outras nações têm como protagonistas seus reis e suas façanhas bélicas.
Patrício morreu no dia 17 de março de 461, na cidade de Down, atualmente Downpatrick. Até hoje, no dia de sua festa os irlandeses fixam à roupa um trevo, cuja folha se divide em três, numa homenagem ao venerado São Patrício que o usava para exemplificar melhor o sentido do mistério da Santíssima Trindade: "um só Deus em três pessoas".
A data de 17 de março há séculos marca a festa de São Patrício, a glória da Irlanda. Os irlandeses sempre sentiram um enorme orgulho de sua pátria, tanto, por ter ela nascido na chamada Ilha dos Santos, quanto, por ter sido convertida pelo venerado bispo. Só na Irlanda existem duzentos santuários erguidos em honra a São Patrício, seu padroeiro. 

sexta-feira, 16 de março de 2012

Evangelho do Dia 16

16 de março de 2012

Marcos 12,28b-34
"Qual o primeiro de todos os mandamentos?". Jesus respondeu-lhe: "O primeiro de todos os mandamentos é este: Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor; amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito e de todas as tuas forças. Eis aqui o segundo: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Outro mandamento maior do que estes não existe". Disse-lhe o escriba: "Perfeitamente, Mestre, disseste bem que Deus é um só e que não há outro além dele. E amá-lo de todo o coração, de todo o pensamento, de toda a alma e de todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, excede a todos os holocaustos e sacrifícios". Vendo Jesus que ele falara sabiamente, disse-lhe: "Não estás longe do Reino de Deus". E já ninguém ousava fazer-lhe perguntas.

COMENTÁRIO
"Amar o próximo como a si mesmo é melhor do que todos os holocaustos e sacrifícios."
Os dois pilares da vida cristã são o amor a Deus e o amor ao próximo. Eles estão inseparavelmente unidos, mas não devem ser confundidos. E estão unidos porque não podemos dizer que amamos a Deus de todo o nosso coração sem também amar nosso irmão: o verdadeiro amor por nosso irmão deve estar profundamente enraizado no Amor de Deus. Ambos não devem ser confundidos porque não podem ser intercambiáveis na vida prática. Precisamos nos relacionar com Deus (fé, oração) e com nosso irmãos (envolvimento, fraternidade), como duas realidades independentes, masque provêm de uma mesma e única fonte.
Somente o amor de Deus torna possível o amor ao próximo e somente no amor ao próximo pode manifestar-se o amor a Deus. Esse mandamento é o maior, porque somente ele é que dá sentido e orientação a todos os demais.