28 de abril
São Pedro Chanel
Pedro
nasceu no dia 12 de julho de 1803, na pequena Cuet, França. Levado
pelas mãos do zeloso pároco, iniciou os estudos no seminário local e, em
1824, foi para o de Bourg, onde três anos depois se ordenou sacerdote.
Desde jovem, queria ser missionário evangelizador, mas primeiro teve
de trabalhar como pároco de Amberieu e Gex, pois havia carência de
padres em sua pátria. Juntou-se a outros padres que tinham a mesma
vocação e trabalhavam sob uma nova congregação, a dos maristas, dos
quais foi um dos primeiros membros, e logo conseguiu embarcar para a
Oceania, em 1827, na companhia de um irmão leigo, Nicézio.
Foi um trabalho lento e paciente. Os costumes eram muito diferentes,
a cultura tão antagônica à do Ocidente, que primeiro ele teve de
entender o povo para depois pregar a palavra de Cristo. Porém, assim que
iniciou a evangelização, muitos jovens passaram a procurá-lo. O
trabalho foi se expandindo e, logo, grande parte da população havia se
convertido.
Ao perceber que vários membros de sua família haviam aderido ao
cristianismo, Musumuso, o genro do cacique, matou Pedro Chanel a
bordoadas de tacape. Era o dia 28 de abril de 1841.
Foi o fim da vida terrestre para o marista, entretanto a semente que
plantara, Musumuso não poderia matar. Quando o missionário Pedro Chanel
desembarcou na minúscula ilha de Futuna, um fragmento das ilhas Fiji
entre o Equador e o Trópico de Capricórnio, não se pode dizer que o
lugar fosse um paraíso.
A pequena ilha é dividida em duas por uma montanha central, e cada
lado era habitado por uma tribo, que vivia em guerra permanente, uma
contra a outra. Hoje o local é, sim, um paraíso para os milhares de
turistas que a visitam anualmente e para a população, que é totalmente
católica e vive na paz no Senhor.
E se hoje é assim, muito se deve à semente plantada pelo trabalho de
Pedro Chanel, que por esse ideal deu seu testemunho de fé. O novo
mártir cristão foi beatificado em 1889 e inscrito no Martirológio Romano
em 1954, sendo declarado padroeiro da Oceania.
São Luís Maria
Grignion de Montfort
Luís
Maria Grignion nasceu em Montfort, França, em 1673. Descendente de uma
família cristã bem situada, recebeu uma excelente instrução e educação.
Ainda menino, decidiu seguir o caminho da fé e vestiu o hábito de
sacerdote em 1700.
Seu maior desejo era ser um missionário no Canadá, mas acabou sendo
enviado a Poitiers, ali mesmo na França. Logo ficou famoso devido à sua
preparação doutrinal e o discurso fácil e atraente. Todos queriam ouvir
suas palavras, mas sua caridade era outra: cuidar de pacientes com
doenças repugnantes.
A idéia de ser missionário não o abandonava. Mesmo contrariando seu
superior, foi pedir permissão diretamente ao papa. Para tanto, fez uma
viagem a pé, ida e volta, de Poitiers a Roma. Entretanto, o papa
Clemente XI disse-lhe que havia urgência, naquele momento, em pregar aos
franceses, que viviam sob o conflito entre Roma e a doutrina
jansenista, uma nova heresia.
Luís Maria obedeceu e passou a pregar nas cidades e no meio rural e,
quando necessário, confrontava os doutores jansenistas com discurso
igualmente douto, munido de sua autoridade teológica. Ainda assim, sua
linguagem era extremamente acessível aos mais humildes, adaptado ao seu
cotidiano, à sensibilidade popular, combinada com o exemplo de uma
conduta coerente e cristã. Usava de um discurso fraterno, convidando o
povo a adorar e confiar num Jesus amigo, em vez de temê-lo como um
rígido juiz. Outra característica muito importante de sua pregação era a
devoção extremada a Maria Santíssima.
Embora a Igreja daquele tempo estivesse questionando certos aspectos
do culto mariano, ele pregava a veneração sem excessos, firme e
constante a Maria, a Mãe de Deus. Por meio dela é que Jesus fez o seu
primeiro milagre nas bodas de Caná. Esse argumento, de fato, sempre
esteve muito presente em todos os seus escritos e exortações, como o
tratado da "Verdadeira devoção à Santa Virgem", e todos eles
relacionados com a prática do Rosário. Seus textos foram publicados em
1842 e tornaram-se os fundamentos da piedade mariana. Em meados de 1712,
Luís Maria de Montfort elaborou as Regras e fundou uma nova ordem
masculina: a dos Missionários da Companhia de Maria.
Esses religiosos, chamados habitualmente de montfortianos,
estenderam, aos poucos, as suas atividades pela Europa, América e
África. Contudo seu fundador acompanhou apenas o seu início, porque
morreu no dia 28 de abril de 1716, poucos anos depois de sua aprovação.
Em 1947, o papa Pio XII proclamou-o santo.
Santa Joana (Gianna)
Baretta Molla
Na
família italiana dos Baretta de Milão, os treze filhos foram reduzidos a
oito pela epidemia da gripe espanhola e por duas mortes ocorridas na
primeira infância. Desses oito, saíram uma pianista, dois engenheiros,
quatro médicos e uma farmacêutica. Um dos engenheiros, José, depois se
fez sacerdote, e dois médicos fizeram-se religiosos missionários: madre
Virgínia e padre Alberto.
Gianna Baretta, para nós Joana, a penúltima dos oito, nasceu no dia 4
de outubro de 1922 na cidade de Magenta, onde cresceu e se formou
médica cirurgiã, com especialização em pediatria, concluída 1952. Porém
preferiu exercer clínica geral, atendendo especialmente os velhos
abandonados e carentes. Para ela, tudo era dever, tudo era sagrado:
"Quem toca o corpo de um paciente, toca o corpo de Cristo", dizia.
Em 1955, ela se casa com Pedro Molla. O casal vive na tradição
religiosa familiar: missa, oração e eucaristia, inserida com harmonia na
Modernidade. Joana ama esquiar na neve, pintar e a música também. Ela
freqüenta o teatro e os concertos com o marido, importante diretor
industrial, sempre muito ocupado.
Residem em Magenta mesmo, onde Joana participa ativamente também da
vida local da Associação Católica Feminina. Os retiros espirituais são
momentos de forte interiorização e ela é a verdadeira colaboradora
dessas novidades felizes da comunidade católica. Vive essa atribuição
como sua missão de médica.
Nascem os filhos: Pedro Luiz , Maria Rita e Laura . No mês de
setembro de 1961, no início da quarta gravidez, é hospitalizada e então é
descoberto um fibroma no útero. Diante da gravidade, sempre mais
evidente, do caso, a única perspectiva de sobreviver é renunciar à
gravidez, para não deixar órfãos os três filhos. Mas Joana possui
valores cristãos firmemente consolidados e coloca em primeiro lugar o
direito à vida. E assim decide, com o preço da sua vida, ter o bebê.
Joana Emanuela nasce e sua mãe ainda a segura nos braços antes de
morrer, no dia 28 de abril de 1962. Uma morte que é uma mensagem
iluminada do amor em Cristo.
Após sua morte, o marido lê as anotações pessoais de Joana que
antecediam os retiros espirituais, e descobre sua conexão indissolúvel
com o amor, o sacrifício e a fé inabalável.
Ao proclamar santa Joana Baretta Molla, em 2004, o papa João Paulo
II quis exaltar, juntamente com seu heroísmo final, a sua existência
inteira, os ensinamentos de toda uma vida no seguimento de Jesus,
exemplo para os casais modernos.
Joana Emanuela, a filha nascida do seu sacrifício, em pronunciamento
nessa ocasião, disse: "Sinto em mim a força e a coragem de viver, sinto
que a vida me sorri". Ela ainda disse que rende homenagem à mãe
"dedicando a minha vida à cura e assistência aos anciãos".