10 de maio
São Damião de Molokai
O
sacerdote missionário,Josef de Veuster-Wouters , em 11 de outubro de
2009 passou a ser chamado São Damião de Molokai, canonizado pelo Papa
Bento XVI em presença do rei e da rainha da Bélgica em meio à imensa
alegria dos irmãos e irmãs da Congregação dos Sagrados Corações de Jesus
e de Maria e da Adoração Perpétua ao Santíssimo Sacramento do Altar
espalhados pelo mundo.
Josef de Veuster-Wouters nasceu no dia 3 de janeiro de 1840, numa
pequena cidade ao norte de Bruxelas, na Bélgica. Aos dezenove anos de
idade, entra para a Ordem dos Padres do Sagrado Coração e toma o nome de
Damião. Em seguida, é enviado para terminar seus estudos num colégio
teológico em Paris.
A vida de Damião começou a mudar quando completou vinte e um anos de
idade. Um bispo do Havaí, arquipélago do Pacífico, estava em Paris,
onde ministrava algumas palestras e pretendia conseguir missionários
para o local. Ele expunha os problemas daquela região e, especialmente,
dos doentes de lepra, que eram exilados e abandonados numa ilha chamada
Molokai, por determinação do governo.
Damião logo se interessou e se colocou à disposição para ir como
missionário à ilha. Alguns fatos antecederam a sua ida. Uma epidemia de
febre tifóide atingiu o colégio e seu irmão caiu doente. Damião ainda
não era sacerdote, mas estava disposto a insistir que o aceitassem na
missão rumo a Molokai. Escreveu uma carta ao superior da Ordem do
Sagrado Coração, que, inspirado por Deus, permitiu a sua partida. Assim,
em 1863 Damião embarcava para o Havaí, após ser ordenado sacerdote.
Chegando ao arquipélago, Damião logo se colocou a par da situação. A
região recebera imigrantes chineses e com eles a lepra. Em 1865,
temendo a disseminação da doença, o governo local decidiu isolar os
doentes na ilha de Molokai. Nessa ilha existia uma península cujo acesso
era impossível, exceto pelo mar. Assim, aquela península, chamada
Kalauapa, tornou-se a prisão dos leprosos.
Para lá se dirigiu Damião, junto de três missionários que iriam
revezar os cuidados com os leprosos. Os leprosos não tinham como
trabalhar, roubavam-se entre si e matavam-se por um punhado de arroz.
Damião sabia que ficaria ali para sempre, pois grande era o seu coração.
Naquele local abandonado, o padre começou a trabalhar. O primeiro
passo foi recuperar o cemitério e enterrar os mortos. Com freqüência ia à
capital, comprar faixas, remédios, lençóis e roupas para todos. Nesse
meio tempo, escrevia para o jornal local, contando os terrores da ilha
de Molokai. Essas notícias se espalharam e abalaram o mundo, todo tipo
de ajuda humanitária começou a surgir. Um médico que contraíra a lepra
ao cuidar dos doentes ouviu falar de Damião e viajou para a ilha a fim
de ajudar.
No tempo que passou na ilha, Damião construiu uma igrejinha de
alvenaria, onde passou a celebrar as missas. Também construiu um pequeno
hospital, onde, ele e o médico, cuidavam dos doentes mais graves. Dois
aquedutos completavam a estrutura sanitária tão necessária à vida
daquele povoado. Porém a obra de Damião abrangeu algo mais do que a
melhoria física do local, ele trouxe nova esperança e alívio para os
doentes. Já era chamado apóstolo dos leprosos.
Numa noite de 1885, Damião colocou o pé esquerdo numa bacia com água
muito quente. Percebeu que tinha contraído a lepra, pois não sentiu dor
alguma. Havia passado cerca de dez anos desde que ele chegou à ilha e,
milagrosamente, não havia contraído a doença até então. Com o passar do
tempo, a doença o tomou por inteiro.
O doutor já havia morrido, assim como muitos dos amigos, quando, em
15 de abril de 1889, padre Damião de Veuster morreu. Em 1936, seu corpo
foi transladado para a Bélgica, onde recebeu os solenes funerais de
Estado. Em 1995, padre Damião de Molokai foi beatificado pelo papa João
Paulo II e sua festa, designada para o dia 10 de maio.
Santo Antonino de Florença
Antonino
Pierozzi nasceu em Florença, na Itália, em 1389. Seu pai era tabelião e
sua mãe dona de casa, ambos muito religiosos. Sendo filho único e
obedecendo ao desejo dos pais, fez o curso de direito e se tornou um
perito na matéria. Mas, seu sonho era entregar-se à vida religiosa e,
para tanto, Antonino procurou ingressar na Ordem Dominicana.
Foi recusado, pois o superior não confiou em seu corpo pequeno e
magro, aparentemente fraco. Disse a Antonino que só seria aceito se ele
decorasse completamente todo o Código de Direito Canônico, coisa julgada
impossível e que ninguém fizera até então. Mas Antonino não se deu por
vencido e, poucos meses depois, procurou novamente o superior e provou
que cumprira a tarefa.
Foi admitido de imediato e se fez um modelo de religioso, apesar de
poucos acreditarem que ele pudesse resistir à disciplina e aos rígidos
deveres físicos que a Ordem exigia. Ordenado sacerdote, ocupou cargos
muito importantes. Foi superior em várias casas, provincial e
vigário-geral da Ordem. Deixou escritos teológicos de grande valor.
Entretanto, mais do que seus discursos, seu exemplo diário é que
angariava o respeito de todos, que acabavam por naturalmente imitá-lo
numa dedicada obediência às regras da Ordem.
Quando ficou vaga a Sé Episcopal de Florença, o papa Eugênio IV
decidiu nomear Antonino para o cargo. Entretanto ele fugiu para não ter
de assumir o posto, mas afinal foi encontrado pelo amigo beato Frà
Angélico e teve, por força, de aceitá-lo. A Igreja, até hoje, comemora o
quanto a fé ganhou com isso. Antonino de Florença, em todos os
registros, é descrito como pastor sábio, prudente, enérgico e,
sobretudo, santo.
Combateu o neopaganismo renascentista e defendeu o papado no
Concílio de Basiléia. Conseguiu tanto apoio popular que acabou com o
jogo de azar na diocese. No palácio episcopal, todos os que o procuravam
encontravam as portas abertas, principalmente os pobres e necessitados.
Havia ordem expressa sua para que nenhum mendigo fosse afastado dali
antes de ser atendido.
A fama de sua santidade era tanta que, certa vez, o papa Nicolau V
declarou em público que o julgava tão digno de ser canonizado ainda em
vida quanto Bernardino de Sena, que acabava de ser inscrito no livro dos
santos da Igreja. Antonino resistiu até os setenta anos, quando o
trabalho ininterrupto o derrotou. Morreu no dia 2 de maio de 1459.
O papa Adriano VI canonizou santo Antonino de Florença em 1523 Seu
corpo incorrupto é venerado na basílica dominicana de São Marco, em
Florença. A Ordem Dominicana o celebra no dia 10 de maio.
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