01º de maio
São José Operário

Foi no dia 1o de maio de 1886, em Chicago, maior parque industrial
dos Estados Unidos na época, que os operários de uma fábrica se
revoltaram com a situação desumana a que eram submetidos e pelo total
desrespeito à pessoa que os patrões demonstravam. Eram trezentos e
quarenta em greve e a polícia, a serviço dos poderosos, massacrou-os sem
piedade. Mais de cinqüenta ficaram gravemente feridos e seis deles
foram assassinados num confronto desigual. Em homenagem a eles é que se
consagrou este dia.
São José é o modelo ideal do operário. Sustentou sua família durante
toda a vida com o trabalho de suas próprias mãos, cumpriu sempre seus
deveres para com a comunidade, ensinou ao Filho de Deus a profissão de
carpinteiro e, dessa maneira suada e laboriosa, permitiu que as
profecias se cumprissem e seu povo fosse salvo, assim como toda a
humanidade.
Proclamando são José protetor dos trabalhadores, a Igreja quis
demonstrar que está ao lado deles, os mais oprimidos, dando-lhes como
patrono o mais exemplar dos seres humanos, aquele que aceitou ser o pai
adotivo de Deus feito homem, mesmo sabendo o que poderia acontecer à sua
família. José lutou pelos direitos da vida do ser humano e, agora,
coloca-se ombro a ombro na luta pelos direitos humanos dos trabalhadores
do mundo, por meio dos membros da Igreja que aumentam as fileiras dos
que defendem os operários e seu direito a uma vida digna.
Muito acertada mais esta celebração ao homem "justo" do Evangelho,
que tradicional e particularmente também é festejado no dia 19 de março,
onde sua história pessoal é relatada.
São Peregrino Laziosi

Certa ocasião, ocorreu um incidente grave num dos tumultos populares
freqüentes, porque a população se dividia entre os que apoiavam as
ordens do papa e os que preferiam seguir as do imperador germânico. Foi
quando a cidade recebeu um interdito do papa Martino IV, como castigo
pelas desordens e atitudes rebeldes. Houve séria reação entre as partes.
Para acalmar os ânimos, o papa pediu ao superior geral dos servitas,
futuro santo Filipe Benicío, que estava no mosteiro da cidade, para agir
em seu nome e apaziguar os fiéis.
Era uma tarefa delicada. Filipe, então, usando o púlpito da igreja,
fez um discurso fervoroso solicitando a todos que obedecessem ao sumo
pontífice. Foi quando um grupo liderado por Peregrino, então com dezoito
anos, o ameaçou de agressão. O jovem foi mais longe, chegando a dar-lhe
um tapa no rosto. Filipe aceitou a ofensa. Depois, Peregrino,
mobilizando a população com gritos, fez com que fosse expulso da cidade.
Filipe saiu humilhado, mas rezando firmemente pela conversão dos
agitadores e principalmente pelo jovem agressor. Deus ouviu sua prece.
Peregrino, caindo em si, sentiu arrependimento, vergonha e remorso.
Ficou tão angustiado que, dias depois, foi procurar Filipe, para,
prostrando-se a seus pés, pedir perdão.
Naquele instante, Peregrino estava convertido realmente. Mais tarde,
aos trinta anos, ingressou na Ordem dos Servos de Maria, os servitas,
como irmão penitente. A tradição diz que foi o próprio Filipe que
entregou o hábito a Peregrino. Mas o certo foi que ele enviou o
arrependido agressor para fazer o noviciado em Sena. Só depois voltou
para Forli, onde, no mosteiro, exerceu o apostolado do bem semeando a
paz.
Peregrino distinguiu-se pela obediência ao regulamento, pela
penitência e mortificação. Durante trinta anos, cumpriu uma penitência
imposta a si mesmo: ficava sempre em pé, nunca se sentava. Quando
atingiu os sessenta anos de idade, devido a isso, tinha uma ferida
cancerosa na perna direita, causada por varizes.
Era tão grave seu estado de saúde, que o médico receitou a amputação
da perna, para salvar sua vida. Porém, na véspera da operação,
Peregrino acordou, subitamente, no meio da noite e sentiu que devia ir
rezar na capela diante de Jesus Crucificado. Assim fez: com muito
esforço para caminhar, ajoelhou-se e rezou com fervor pedindo que Cristo
lhe concedesse a graça da cura. Foi envolvido por um êxtase
contemplativo tão profundo que viu Jesus descer da cruz e tocar sua
ferida. Uma vez refeito da visão, voltou para o leito e adormeceu. Na
manhã seguinte, o médico constatou que havia ocorrido um milagre.
Peregrino estava sem nenhuma ferida, Jesus o havia curado.
O milagre só fez aumentar a veneração que os habitantes da cidade já
lhe dedicavam. Peregrino morreu no primeiro dia de maio de 1345, vítima
de uma febre. Durante seus funerais, dois milagres ocorreram e foram
atribuídos à sua intercessão. Seu culto se estendeu pelo mundo todo
rapidamente, pois os fiéis recorrem a ele como padroeiro dos doentes
cancerosos.
Em 1726, foi canonizado pelo papa Bento XIII, sendo o dia de sua
morte o indicado para celebrar a sua memória, quando também se comemora
são José, Operário. Por isso sua festa pode ocorrer nos primeiros dias
do mês de Maria. A relíquia do manto de são Peregrino Laziosi é
conservada à veneração dos fiéis brasileiros na igreja de Nossa Senhora
das Dores, no bairro do Ipiranga, em São Paulo.
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