Mateus 5, 17- 19
"Não julgueis que vim abolir a Lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição. Pois em verdade vos digo: passará o céu e a terra, antes que desapareça um iota (menos letra do alfabeto hebraico), um traço da Lei. Aquele que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar assim aos homens, será declarado o menor do Reino dos Céus. Mas aquele que guardar e os ensinar será declarado grande no Reino dos Céus".COMENTÁRIO
"Aquele que guardar e ensinar os mandamentos, será declarado grande no Reino dos Céus."
O contexto vital destas palavras, que Mateus coloca na boca de Jesus, é preciso procurá-lo nas diferentes opiniões que existiam entre os primeiros cristãos sobre a interpretação da Lei de Moisés.
A questão que agora se colocava era: todos estavam obrigados a cumprir estes preceitos ou haviam sido abolidos por Jesus?
Essa passagem é de grande interesse do ponto de vista histórico-teológico. A expressão "a Lei e os profetas" (v.17) era usada na época de Jesus para significar a Escritura (Antigo Testamento). A Lei (hebraico Tohah) abrangia os cinco primeiros livros da Bíblia ou também chamado de Pentateuco. Os profetas ocupavam não somente os livros proféticos, mas também os livros históricos que os judeus classificavam de profetas anteriores.
A expressão "Eu, porém, lhes digo" vem interiorizar a Lei que será escrita não em tábuas de pedra, mas na carne, no coração dos homens. Deste modo, a nova lei discernirá o mal pela raiz, no coração, e não apenas quando se manifestam as atitudes externas.
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