2 de março
São Simplício
Simplício
nasceu na cidade italiana de Tivoli e seu pai se chamava Castino.
Depois disso, os dados que temos dele se referem ao período que exerceu a
direção da Igreja, aliás uma fase muito difícil da História da
Humanidade: a queda do Império Romano. Ao contrário do que se podia
esperar, teve um dos pontificados mais longos do seu tempo, quinze anos,
de 468 a 483.
Nessa época, Roma , depois de resistir às invasões de godos,
visigodos, hunos, vândalos e outros povos bárbaros, acabou sucumbindo
aos hérulos, chefiados pelo rei Odoacro, que era adepto do arianismo e
depôs o imperador Rômulo Augusto. A partir daí, conquistadores de todos
os tipos se instalaram, depredaram, destruíram e repartiram aquele
Império, tido como o centro do mundo. Roma, que era sua capital,
sobreviveu. Nesse melancólico final, a única autoridade moral restante, a
que ficou do lado do povo e acolheu, socorreu, escondeu e ajudou a
enfrentar o terror, foi a do Papa Simplício.
Ele fazia parte do clero romano e foi eleito para suceder o Papa
Hilário. Tinha larga experiência no serviço pastoral e social da Igreja e
uma vantagem: ter convivido com o Papa Leão Magno, depois proclamado
santo e doutor da Igreja, que deteve a invasão de Átila, o rei dos
bárbaros hunos. Ao Papa Simplício, nunca faltou coragem, fé e energia,
virtudes fundamentais para o exercício da função. Ele soube manter
vivamente ativas as grandes basílicas de São Pedro, São Paulo Fora dos
Muros e São Lorenço, que a partir do seu pontificado passaram a acolher
os católicos em peregrinação aos túmulos dos Santos Apóstolos. Depois
construiu e fundou muitas igrejas novas, sendo as mais famosas aquelas
dedicadas a São Estevão Rotondo e a Santa Bibiana. Trabalhou para a
expansão das dioceses e reafirmou o respeito à genuína fé em Cristo e à
Igreja de Roma.
Os escritos antigos registram suas várias cartas à bispos,
orientando sobre a forma de enfrentar o nestorianismo e o monofisitismo,
duas heresias orientais que na época ameaçavam a integridade da
doutrina católica e vinham se espalhando por todo o mundo cristão. Mas o
Papa Simplício se manteve ativo ao lado do povo, ensinando, pregando,
dando exemplo de evangelizador, apesar dessas e outras dificuldades.
Além disso mostrou respeito a todo tipo de expressão da arte; foi ele
que ordenou para serem colocados à salvo da destruição dos bárbaros os
mosaicos considerados pagãos, da igreja de Santo André. Morreu, amado
pelo povo e respeitado até pelos reis hereges, no dia 10 de março de
483. Suas relíquias são veneradas na sua cidade natal, Tivoli, Itália.
Foi assim que Roma, graças à atuação do Papa Simplício, apesar de
assolada por hereges de todas as crenças e origens, deixou de ser a Roma
dos Césares passando a ser a Roma dos Papas e da Santa Sé. A sua
comemoração litúrgica ocorre no dia 02 de março.
Henrique Suso
Nascido
na ilha de Constança, na Alemanha, no dia 21 de março de 1295, foi um
dos principais representantes do movimento religioso, que floresceu na
região do rio Reno, no início do século XIV. Religioso dominicano,
escritor e místico, se tornou um dos teólogos alemães mais conhecidos,
pela característica da singular doçura de sua espiritualidade e pela
clareza do conceito transmitido de que a vida interior é acessível a
todas as almas seguidoras da Paixão de Jesus Cristo.
Seu pai era um rico comerciante, não muito religioso, da nobre dinastia dos Berg, e sua mãe, uma senhora muito pia, era da tradicional família cristã dos Suese ou Suso, forma latina do nome. Henrique preferiu manter o sobrenome da mãe. Desde a infância foi educado pelos dominicanos, demonstrando sua vocação religiosa já nesta época. Aos treze anos, ingressou como noviço no convento de São Nicolau, desta Ordem, em Constança, período em que desenvolveu muito, sua espiritualidade.
Aos dezesseis anos, viveu um período de fé incerta, o qual superou através da somatória das penitências rigorosas com as orações contemplativas. Dois anos depois, coroou sua completa conversão, marcando com ferro em brasa o nome de Jesus, no lado esquerdo do peito. Isto ocorreu, após uma experiência mística, na qual, viu um anjo unindo o seu coração ao do Cristo. A partir de então, seu zelo se traduziu numa entrega espiritual mais prudente; Deus o fez compreender que a melhor mortificação consistia em aceitar com resignação as provas enviadas por Ele.
No convento dominicano em Constança, fez os estudos preparatórios, filosóficos e teológicos. Depois foi enviado para o Colégio Geral de Estrasburgo e finalmente para a universidade de Colônia, diplomando-se com destaque. Ao invés de uma carreira brilhante eclesiástica, preferiu retornar para Constança, em 1329, como professor de Teologia no colégio dos dominicanos. Alí, durante os sete anos seguintes, escreveu suas obras mais importantes: o Livro da Sabedoria Eterna e o Livro da Verdade. Narrou com simplicidade e clareza os mistérios da alma, que desvendava através dos seus colóquios íntimos com Cristo, veiculados pelas orações silenciosas e experiências contemplativas.
Em 1336, Henrique sentiu que era hora de partir para o apostolado peregrino. Viajou por toda Alemanha, passando pela Suíça e Países Baixos, tornando-se um incansável pregador itinerante do nome de Cristo. Durante quatro anos, até 1943 foi o diretor geral do convento alemão de Turgovia. Depois foi transferido para o de Ulm, no qual permaneceu até morrer, em 25 de fevereiro de 1366.
Ele não foi sepultado no cemitério comum aos padres dominicanos, mas na cripta da igreja daquele convento. Até o final de 1531, sobre a sua lápide ardia uma chama atestando o seu culto. Depois seus restos mortais foram destruídos pelos protestantes, mas a sua lembrança se manteve e foram muitos os Santos que se inspiraram no seu exemplo para a busca da espiritualidade eleita. O Papa Gregório XVI, beatificou Henrique Suso em 1831, determinando a sua festa litúrgica para o dia 2 de março.
Seu pai era um rico comerciante, não muito religioso, da nobre dinastia dos Berg, e sua mãe, uma senhora muito pia, era da tradicional família cristã dos Suese ou Suso, forma latina do nome. Henrique preferiu manter o sobrenome da mãe. Desde a infância foi educado pelos dominicanos, demonstrando sua vocação religiosa já nesta época. Aos treze anos, ingressou como noviço no convento de São Nicolau, desta Ordem, em Constança, período em que desenvolveu muito, sua espiritualidade.
Aos dezesseis anos, viveu um período de fé incerta, o qual superou através da somatória das penitências rigorosas com as orações contemplativas. Dois anos depois, coroou sua completa conversão, marcando com ferro em brasa o nome de Jesus, no lado esquerdo do peito. Isto ocorreu, após uma experiência mística, na qual, viu um anjo unindo o seu coração ao do Cristo. A partir de então, seu zelo se traduziu numa entrega espiritual mais prudente; Deus o fez compreender que a melhor mortificação consistia em aceitar com resignação as provas enviadas por Ele.
No convento dominicano em Constança, fez os estudos preparatórios, filosóficos e teológicos. Depois foi enviado para o Colégio Geral de Estrasburgo e finalmente para a universidade de Colônia, diplomando-se com destaque. Ao invés de uma carreira brilhante eclesiástica, preferiu retornar para Constança, em 1329, como professor de Teologia no colégio dos dominicanos. Alí, durante os sete anos seguintes, escreveu suas obras mais importantes: o Livro da Sabedoria Eterna e o Livro da Verdade. Narrou com simplicidade e clareza os mistérios da alma, que desvendava através dos seus colóquios íntimos com Cristo, veiculados pelas orações silenciosas e experiências contemplativas.
Em 1336, Henrique sentiu que era hora de partir para o apostolado peregrino. Viajou por toda Alemanha, passando pela Suíça e Países Baixos, tornando-se um incansável pregador itinerante do nome de Cristo. Durante quatro anos, até 1943 foi o diretor geral do convento alemão de Turgovia. Depois foi transferido para o de Ulm, no qual permaneceu até morrer, em 25 de fevereiro de 1366.
Ele não foi sepultado no cemitério comum aos padres dominicanos, mas na cripta da igreja daquele convento. Até o final de 1531, sobre a sua lápide ardia uma chama atestando o seu culto. Depois seus restos mortais foram destruídos pelos protestantes, mas a sua lembrança se manteve e foram muitos os Santos que se inspiraram no seu exemplo para a busca da espiritualidade eleita. O Papa Gregório XVI, beatificou Henrique Suso em 1831, determinando a sua festa litúrgica para o dia 2 de março.
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