31 de janeiro
Santo João Bosco

Aos nove anos, teve um sonho que marcou a sua vida. Nossa Senhora o
conduzia junto a um grupo de rapazes desordeiros que o destratava. João
queria reagir, mas a Senhora lhe disse: "Não com pancadas e sim com
amor. Torna-te forte, humilde e robusto. À seu tempo tudo
compreenderás". Nesta ocasião decidiu dedicar sua vida a Cristo e a Mãe
Maria; quis se tornar padre. Com sacrifício, ajudado pelos vizinhos e
orientado pela família, entrou no seminário salesiano de Chieri, daquela
diocese.
Inteligente e dedicado, João trabalhou como aprendiz de alfaiate,
ferreiro, garçom, tipógrafo e assim, pôde se ordenar sacerdote, em 1841.
Em meio à revolução industrial, aconselhado pelo seu diretor
espiritual, padre Cafasso, desistiu de ser missionário na Índia. Ficou
em Turim, dando início ao seu apostolado da educação de crianças e
jovens carentes. Este "produto da era da industrialização", se tornou a
matéria prima de sua Obra e vida.
Neste mesmo ano, criou o Oratório de Dom Bosco, onde os jovens
recebiam instrução, formação religiosa, alimentação, tendo apoio e
acompanhamento até a colocação em um emprego digno. Depois, sentiu
necessidade de recolher os meninos em internatos-escola, em seguida
implantou em toda a Obra as escolas profissionais, com as oficinas de
alfaiate, encadernação, marcenaria, tipografia e mecânica, repostas às
necessidades da época. Para mestres das oficinas, inventou um novo tipo
de religioso: o coadjutor salesiano.
Em 1859, ele reuniu esse primeiro grupo de jovens educadores no
Oratório, fundando a Congregação dos Salesianos. Nos anos seguintes, Dom
Bosco criou o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora e os
Cooperadores Salesianos. Construiu, em Turim, a basílica de Nossa
Senhora Auxiliadora, e fundou sessenta casas salesianas em seis países.
Abriu as missões na América Latina. Publicou as Leituras Católicas para o
povo mais simples.
Dom Bosco agia rápido, acompanhou a ação do seu tempo e viveu o modo
de educar, que passou à humanidade como referência de ensino chamando-o
de "Sistema Preventivo de Formação". Não esqueceu do seu sonho de
menino, mas, sobretudo compreendeu a missão que lhe investiu Nossa
Senhora. Quando lhe recordavam tudo o que fizera, respondia com um
sorriso sereno: "Eu não fiz nada. Foi Nossa Senhora quem tudo fez".
Morreu no dia 31 de janeiro de 1888. Foi beatificado em 1929 e
canonizado por Pio XI em 1934. São João Bosco, foi proclamado "modelo
por excelência" para sacerdotes e educadores. Ecumênico, era amigo de
todos os povos, estimado em todas as religiões, amado por pobres e
ricos; escreveu: "Reprovemos os erros, mas respeitemos as pessoas" e se
fez , ele próprio, o exemplo perfeito desta máxima.
Santo Pedro Nolasco

Na juventude, quando acompanhou a tragédia dos cristãos que caíam nas mãos dos muçulmanos, devido à invasão dos árabes sarracenos, empregou toda sua fortuna para comprar os escravos e, então, libertá-los. E também, quando seu dinheiro acabou, arregaçou as mangas e trabalhou para conseguir fundos para esta finalidade, pedindo-os às famílias nobres e ricas que conhecia. Antes que entrasse em desespero, pois nunca teria dinheiro suficiente para garantir a liberdade dos cristãos, recebeu a graça de uma visita da Virgem Maria. Ocorreu no dia 1º de agosto de 1223. Nossa Senhora lhe apareceu, sugerindo que criasse com seu grupo de leigos, uma ordem religiosa destinada a cuidar deste tipo de situação, naquele momento e para sempre.
Pedro contou esta visão a seu superior, Raimundo de Penhaforte, seu co-fundador e também Santo, e ao rei Jaime I de Aragão, ao qual servira na infância como professor e tutor. Mas, qual não foi sua surpresa ao saber que eles também tinham recebido em sonho de Maria, a mesma missão que ele que recebera. Desta forma fundou, juntamente com eles, a Ordem de Nossa Senhora das Mercês e Redenção dos Cativos, cujos religiosos são conhecidos como padres mercedários. Foi eleito superior e dirigiu a ordem por trinta e um anos, libertando milhares de cristãos das mãos dos árabes muçulmanos. Pedro Nolasco morreu no dia de Natal de 1258, feliz e plenamente realizado com sua vida de religioso, mas amargurado porque, nos últimos anos, seu corpo alquebrado não permitia mais que trabalhasse.
Foi canonizado pelo Papa Urbano VIII, em 1628. Embora seja comumente homenageado no dia 13 de maio, festa de Nossa Senhora das Mercês, e no dia 28 de janeiro pelos padres mercedários, o calendário litúrgico romano lhe decida especialmente o dia 31 de janeiro para a sua veneração.
Santo Francisco Saveiro Maria Bianchi

Aos doze anos entrou para o "Colégio dos Santos Carlos e Felipe" da ordem dos Barnabistas e em 1762, para o seminário onde jurou fidelidade a Cristo e fez seus votos perpétuos de pobreza, castidade e obediência. Completou os estudos de direito, ciência, filosofia e teologia em Nápoles e Roma. Foi ordenado sacerdote aos 25 de janeiro de 1767. Tendo em vista sua alta cultura, seus Superiores o enviam de volta para lecionar no Colégio de Belas Artes e Letras de Arpino e, dois anos depois, ao Colégio São Carlos em Nápoles, para ensinar filosofia e matemática. Em 1778 foi chamado para ensinar na Universidade de Nápoles. No ano seguinte recebe o título de "Sócio Nacional da Real Academia de Ciências e Letras". A intensa atividade no campo da cultura não o impediu, todavia, de viver plenamente a vida de religioso, desempenhando importantes cargos na Congregação e continuando a exercer seu ministério sacerdotal.
Com o transcorrer dos anos padre Bianchi deixou gradativamente de praticar o ensino e viveu mais o sacerdócio contemplativo e penitente na mortificação dos sentidos. Ao seu redor se formou uma próspera família espiritual. A fama de sua virtuosidade e santidade cresceu na mesma proporção em que suportou heroicamente uma doença incurável que o imobilizou numa cadeira por treze anos, os últimos de sua vida. Mesmo assim não deixou de celebrar a Santa Missa, de acolher e aconselhar a todos os que o procuravam, distribuindo palavras de coragem e conforto. Consumido pela doença morreu em 31 de janeiro de 1815, envolto pela paz e suprema alegria espiritual.
Francisco Bianchi viveu durante o período conturbado e histórico das sucessivas conquistas e batalhas empreendias pelo imperador Napoleão Bonaparte. Assistiu a destruição de todas as bases políticas da Europa. Sobretudo, viu o clima anti-religioso ser instalado e que se materializou contra o clero com leis de confisco, incêndios e expulsões de congregações inteiras dos domínios napoleônicos. Mas, padre Francisco Bianchi se manteve apaixonadamente sacerdote de Cristo. Lutou contra a miséria, a desnutrição, as epidemias, as doenças e por fim contra a baixa estima dos habitantes tão abandonados politicamente.
O seu funeral foi um dos mais comoventes, onde estiveram reunidas personalidades ilustres das áreas das artes, da ciência, da Igreja e a imensa população, para as últimas homenagens àquele que chamaram de "Apóstolo de Nápoles" e "santo". Em 1951, foi canonizado pelo papa Pio XII, em Roma. E as relíquias mortais de São Francisco Saveiro Maria Bianchi foram sepultadas na capela da Igreja de Santa Maria de Caravaggio em Nápoles, Itália. Para sua homenagem e culto foi escolhido o dia 31 de janeiro.
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