19 de abril
Santo Expedito
Expedito,
era chefe da 12a Legião romana, então estabelecida em Melitene, sede de
uma das províncias romanas da Armênia. Ocupava esse alto posto porque o
imperador Diocleciano tinha-se mostrado, no começo de seu reinado,
favorável aos cristãos, confiando-lhes postos importantes na
administração e no exército.
Essa legião era conhecida como a "Fulminante", nome que lhe havia
sido dado em memória de uma façanha que se tornou célebre. Foi sob Marco
Aurélio, durante a campanha da Alemanha. O imperador, estabelecido em
um campo fortificado, na região dos Quades, isto é, na atual Hungria, se
havia deixado cercar pelos bárbaros. Era pleno verão.
A água faltava e a 12a Legião, recrutada, era em grande parte
cristã. Seus soldados se reuniram fora do campo, ajoelharam e oraram,
como oram os cristãos. Depois, retomaram logo a ofensiva, mas, mal
tinham começado, uma chuva abundante se pôs a cair, e fez recuar os
inimigos. Subitamente, os raios e o granizo caíram sobre o exército
inimigo com tal violência, que os soldados debandaram em pânico
indescritível. O exército romano estava salvo e vencedor.
Como se vê, santo Expedito estava à testa de uma das mais gloriosas
legiões romanas, encarregada de guardar as fronteiras orientais contra
os ataques dos bárbaros asiáticos. Mas a história da Igreja é bastante
pobre em detalhes sobre a vida de seus chefes que se distinguiram no
comando pelas virtudes de cristãos e de lealdade à causa por que
lutavam, como exemplo das mais belas virtudes.
"Expedito" ficou sendo o nome do chefe, apelido dado por exprimir
perfeitamente o traço dominante de seu caráter: a presteza e a prontidão
com que agia e se portava, então, no cumprimento de seu dever de estado
e, também, na defesa da religião que professava. Era assim que os
romanos davam, freqüentemente, a certas pessoas um apelido, o qual
designava um traço de seu caráter.
Desse modo, Expedito designa, para nós, o chefe da 12a Legião
romana, martirizado com seus companheiros em Melitene, no dia 19 de
abril de 303, sob as ordens do imperador Diocleciano. Seu nome, qualquer
que seja a origem de sua significação, é suficiente para ser
reconhecido no mundo cristão, pois condiz, com a generosidade e com o
ardor de seu caráter, que fizeram desse militar um mártir.
Desde seu martírio, Expedito tem se revelado um santo que continua
atraindo devotos em todo o mundo. Além de padroeiro das causas urgentes,
santo Expedito também é conhecido como padroeiro dos militares, dos
estudantes e dos viajantes. Ele era militar e, se já não bastasse a
tradição que envolve o seu nome, temos a da sua conversão. Conta-se que,
assim que resolveu se converter, uma tentação se manifestou em forma de
corvo. O animal gritava "Crás! Crás!", que significa, em latim,
"Amanhã! Amanhã!". O que se esperava era que ele adiasse o batismo, mas
Expedito teria pisoteado o corvo e gritado: "Hodie! Hodie!", ou seja,
"Hoje! Hoje!". E assim agiu.
São Leão IX
Bruno
nasceu no ano 1002 na nobre família dos Dagsburgo, ou Asburgo, como
ficou sendo grafado depois, e veio ao mundo com algumas manchas no
corpo, como que predestinado, naquele início de segundo milênio. Sua
mãe, santa Heilwiges, era uma católica fervorosa, viu que a pele do
menino apresentava, ao nascer, muitas manchas vermelhas, formando cruzes
por todo o corpo.
Ficou na casa paterna, freqüentada pela nobreza da corte, até os
cinco anos de idade, quando sua mãe o confiou ao bispo de Toul,
Bertoldo, que, com o passar dos anos, o fez doutorar em direito
canônico. Ordenando-se sacerdote, foi atuar junto ao seu primo Conrado,
que tinha posição de destaque no Império, ali trabalhando pela religião e
pela comunidade, cuidando de complicadas tarefas administrativas. Seu
trabalho o fez ser eleito bispo de Trèves em 1026, quando implantou e
desenvolveu uma reforma profunda nos conventos e na própria forma de
evangelização na sua diocese.
Está registrado que, paralelamente ao trabalho desenvolvido em favor
da Igreja nas altas rodas do governo e da sociedade, Bruno mantinha, ao
mesmo tempo, uma atitude disciplinada e fervorosa quanto aos preceitos
da caridade. Para dar exemplo de humildade, diariamente recebia pobres
em seu palácio, alimentava-os e repetia a cerimônia do lava-pés,
tendo-os como seus discípulos. Liderava também, anualmente, uma
peregrinação aos túmulos de são Pedro e são Paulo, em Roma.
Nada disso passou despercebido. Quando faleceu o papa Dâmaso II,
Bruno foi eleito, por unanimidade, para o trono de Pedro. Mas recusou. É
que a eleição ocorreu em um Concílio convocado pelo imperador da
Alemanha, Henrique III, em Worms. Compareceu enorme número de bispos,
prelados, embaixadores e príncipes, referendando o nome de Bruno, mas o
bispo só aceitou o cargo depois que o mesmo ocorreu em Roma, quando seu
nome foi de novo consagrado por unanimidade, em 1049, na própria
basílica de São Pedro.
Ele assumiu e adotou o nome de Leão IX, passando para a história por
sua atuação memorável como papa. Citando alguns exemplos: reorganizou a
disciplina eclesiástica, implantando nova disciplina e a volta dos
preceitos originais do cristianismo nos sínodos de Latrão, Pavia, Reims e
Mogúncia; acabou com os abusos da simonia, isto é, com a cobrança para
as indulgências dos pecados, e o casamento dos clérigos; criou cardeais
de outras nações e não só italianos, como se fazia então; selou a paz
entre a Hungria e a Alemanha, evitando uma guerra iminente.
Há duas passagens mais na vida do papa Leão IX, uma dolorosa e outra
heróica. A dolorosa se refere ao cisma provocado por Miguel Cerulário,
patriarca de Constantinopla, que rompeu com Roma e separou a Igreja em
duas, e que este papa não conseguiu evitar.
A heróica, também triunfal, foi quando os normandos buscavam dominar
a Europa e invadiram a Itália. Já haviam capturado as províncias de
Apulia e Calábria, quando o papa conseguiu reforços do imperador, pegou
em armas e liderou os soldados contra os invasores. Evitou a tomada de
Roma, mas caiu prisioneiro dos inimigos. Embora tratado com muito
respeito pelos adversários, a batalha minara sua saúde.
De volta a Roma, morreu em 19 de abril de 1054. Celebrado neste dia,
daquela época até hoje, são milhares as graças e milagres ocorridos,
por sua intercessão, aos pés de seu túmulo.
Santa Ema da Saxônia
Ema
da Saxônia morreu em 19 de abril de 1040. No mosteiro de São Ludgero,
na Alemanha, inexplicavelmente longe da Saxônia, conserva-se uma
relíquia desta santa: uma mão prodigiosamente intacta.
Ela, de origem alemã, nasceu no berço de uma família muito religiosa e cristã. Era irmã de Meginverco, bispo da cidade de Paderborn, que também se tornou santo. Muito nova foi dada em matrimônio para Ludgero, conde da Saxônia, que a deixou viúva um ano depois do enlace. Muito devota, bonita, rica e sem filhos, não desejou se casar novamente. E se manteve constante em seu novo projeto de vida, que foi a total dedicação às obras de caridade.
"A mulher estéril", diz a Bíblia, "será mãe de muitos filhos." Assim foi com Ema. Generosa nas doações e no atendimento ao próximo, mas austera e intransigente consigo mesma, procurou a perfeição no difícil estado de viuvez, uma condição bastante incômoda para uma mulher que ficou só e muito rica.
Ela, entretanto, potenciou sua fecundidade espiritual e administrou seu patrimônio em benefício dos pobres e órfãos por meio das instituições assistenciais. Quarenta anos depois, por ocasião de sua morte, ela já não possuía mais nada neste mundo, tendo transferido, por sua caridade, seus bens ao tesouro do paraíso, onde, no dizer de Jesus, "As traças e a ferrugem não consomem, nem os ladrões roubam" (Mt 6,20).
A escolha de Ema não foi uma fuga perante as responsabilidades familiares, mas uma opção em favor de um serviço mais amplo aos necessitados, em nome de Jesus Cristo, que nos deixou o exemplo de dar sua vida pela salvação dos seres humanos. Aliás, o apóstolo Paulo louva a opção das viúvas que se dedicam unicamente ao Senhor e ao serviço comunitário da diocese, de tal modo que, nos primeiros séculos do cristianismo, existia uma espécie de associação de viúvas que trabalhavam distribuindo as esmolas dadas aos pobres pela Igreja.
Ema havia escolhido esta maneira de servir a Deus, a mais difícil e rara. Sua mão se conservou intacta, nove séculos e meio após sua morte, sem dúvida como um sinal certo da sua mais característica virtude: a generosidade.
Esta verdadeira serva de Cristo auxiliou o seu esposo celestial com a oração e a caridade, merecendo a devoção não de um marido, mas de milhões de cristãos. A Igreja a declarou santa e oficializou o seu culto público, que já era celebrado havia mais de nove séculos, no dia de sua morte. O corpo de santa Ema da Saxônia, sem aquela mão de que se falou, repousa na catedral de Bremen, Alemanha.
Ela, de origem alemã, nasceu no berço de uma família muito religiosa e cristã. Era irmã de Meginverco, bispo da cidade de Paderborn, que também se tornou santo. Muito nova foi dada em matrimônio para Ludgero, conde da Saxônia, que a deixou viúva um ano depois do enlace. Muito devota, bonita, rica e sem filhos, não desejou se casar novamente. E se manteve constante em seu novo projeto de vida, que foi a total dedicação às obras de caridade.
"A mulher estéril", diz a Bíblia, "será mãe de muitos filhos." Assim foi com Ema. Generosa nas doações e no atendimento ao próximo, mas austera e intransigente consigo mesma, procurou a perfeição no difícil estado de viuvez, uma condição bastante incômoda para uma mulher que ficou só e muito rica.
Ela, entretanto, potenciou sua fecundidade espiritual e administrou seu patrimônio em benefício dos pobres e órfãos por meio das instituições assistenciais. Quarenta anos depois, por ocasião de sua morte, ela já não possuía mais nada neste mundo, tendo transferido, por sua caridade, seus bens ao tesouro do paraíso, onde, no dizer de Jesus, "As traças e a ferrugem não consomem, nem os ladrões roubam" (Mt 6,20).
A escolha de Ema não foi uma fuga perante as responsabilidades familiares, mas uma opção em favor de um serviço mais amplo aos necessitados, em nome de Jesus Cristo, que nos deixou o exemplo de dar sua vida pela salvação dos seres humanos. Aliás, o apóstolo Paulo louva a opção das viúvas que se dedicam unicamente ao Senhor e ao serviço comunitário da diocese, de tal modo que, nos primeiros séculos do cristianismo, existia uma espécie de associação de viúvas que trabalhavam distribuindo as esmolas dadas aos pobres pela Igreja.
Ema havia escolhido esta maneira de servir a Deus, a mais difícil e rara. Sua mão se conservou intacta, nove séculos e meio após sua morte, sem dúvida como um sinal certo da sua mais característica virtude: a generosidade.
Esta verdadeira serva de Cristo auxiliou o seu esposo celestial com a oração e a caridade, merecendo a devoção não de um marido, mas de milhões de cristãos. A Igreja a declarou santa e oficializou o seu culto público, que já era celebrado havia mais de nove séculos, no dia de sua morte. O corpo de santa Ema da Saxônia, sem aquela mão de que se falou, repousa na catedral de Bremen, Alemanha.
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