27 de abril
Tiago Alberione
Padre Tiago Alberione, Fundador da Família Paulina, foi um dos mais
carismáticos apóstolos do século XX. Nasceu em San Lorenzo di Fossano
(Cuneo, Itália), no dia 4 de abril de 1884. Recebeu o batismo já no dia
seguinte. A família Alberione, constituída por Miguel e Teresa Allocco e
por seis filhos, era do meio rural, profundamente cristã e
trabalhadora.
O pequeno Tiago, o quarto filho, desde cedo passa pela experiência
do chamado de Deus: na primeira série do ensino primário, quando a
professora Rosa perguntou o que seria quando se tornasse adulto, ele
respondeu: Vou tornar-me padre! Os anos da infância se encaminham nessa
direção.
Com 16 anos, Tiago foi recebido no Seminário de Alba. Desde logo se
encontrou com aquele que para ele foi pai, guia, amigo e conselheiro por
46 anos: o cônego Francisco Chiesa.
No final do Ano Santo de 1900, já estimulado pela encíclica de Leão
XIII Tametsi futura (Ainda que se trate de coisas futuras), Tiago viveu a
experiência decisiva de sua existência. Na noite de 31 de dezembro de
1900, noite que dividiu os dois séculos, pôs-se a rezar por quatro horas
diante do Santíssimo Sacramento e, na luz de Deus, projeta o seu
futuro. Uma "luz especial" veio ao seu encontro, desprendendo-se da
Hóstia e a partir daquele momento ele se sentiu "profundamente
comprometido a fazer alguma coisa para o Senhor e para as pessoas do
novo século": "o compromisso de servir à Igreja", valendo-se dos novos
meios colocados à disposição pelo progresso.
No dia 29 de junho de 1907 foi ordenado sacerdote. Como passo
seguinte, uma breve, mas significativa experiência pastoral em Narzole
(Cuneo), na qualidade de vice-pároco. Lá encontrou o bem jovem José
Giaccardo, que para ele será o que foi Timóteo para o Apóstolo Paulo.
Ainda em Narzole, Padre Alberione amadureceu sua reflexão sobre o que
pode fazer a mulher incluída no apostolado.
No Seminário de Alba desempenhou o papel de Diretor Espiritual dos
seminaristas maiores (filósofos e teólogos) e menores (estudantes do
ensino médio), e foi professor de diversas disciplinas. Dispôs-se a
pregar, a catequizar, a dar conferências nas paróquias da diocese.
Dedicou também bastante tempo ao estudo da realidade da sociedade civil e
eclesial do seu tempo e às novas necessidades que se projetavam.
Concluiu que o Senhor o convocava para uma nova missão: pregar o
Evangelho a todos os povos, segundo o espírito do Apóstolo Paulo, usando
os modernos meios da comunicação. Justificam essa direção os seus dois
livros: Apontamentos de teologia pastoral (1912) e A mulher associada ao
zelo sacerdotal (1911-1915).
Essa missão, para ser desenvolvida com carisma e continuidade, devia
ser assumida por pessoas consagradas, considerando-se que "as obras de
Deus se edificam por meio das pessoas que são de Deus". Desse modo, no
dia 20 de agosto de 1914, quando, em Roma morria o sumo pontífice, Pio
X, em Alba, o Padre Alberione dava início à "Família Paulina" com a
fundação da Pia Sociedade São Paulo. O começo foi marcado pela extrema
pobreza, em conformidade com a pedagogia divina: "inicia-se sempre no
presépio".
A família humana - na qual o Padre Alberione se inspira - é
constituída por irmãos e irmãs. A primeira mulher a seguir o Padre
Alberione foi uma jovem de vinte anos, de Castagnito (Cuneo): Teresa
Merlo. Com o apoio dela, Alberione deu início à congregação das Filhas
de São Paulo (1915) - Irmãs Paulinas. Pouco a pouco, a "Família"
cresceu, as vocações masculinas e femininas aumentaram, o apostolado
tomou seu curso e assumiu sua forma.
Em 1918 (dezembro) registrou-se o primeiro envio das "filhas" para
Susa: iniciou-se uma história muito corajosa de fé e de empreendimento,
que gerou também um estilo característico, denominado (estilo)
"paulino".
Em 1923, quando o Padre Alberione adoeceu gravemente e o diagnóstico
médico não sugeriu um quadro de esperanças, o Fundador, milagrosamente,
retomou o caminho com saúde e afirmou: "Foi São Paulo quem me curou". A
partir daquele período apareceu nas capelas paulinas a inscrição que em
sonho ou em revelação o Divino Mestre Jesus Cristo dirigiu ao Fundador:
Não temam - Eu estou com vocês - Daqui quero iluminar - Arrependam-se
dos pecados.
Em 1924, veio à luz a segunda congregação feminina: as Pias
Discípulas do Divino Mestre, para o apostolado eucarístico, sacerdotal e
litúrgico. Para orientá-las na nova vocação, Padre Alberione chamou a
jovem Úrsula - Irmã M. Escolástica Rivata.
Ao mesmo tempo cresceu o edifício espiritual: o Fundador inculcou o
espírito de dedicação por meio de "devoções" de grande expressão
apostólica: a Jesus Mestre e Pastor "Verdade, Caminho e Vida"; a Maria
Mãe, Mestra e Rainha dos Apóstolos; a São Paulo apóstolo. Foi exatamente
a referência ao Apóstolo que caracterizou na Igreja as novas
instituições como "Família Paulina". A meta a que o Fundador queria que
fosse assumida como desafio primordial, é a conformidade plena com
Cristo: abraçar por inteiro o Cristo Verdade Caminho e Vida em toda a
pessoa, mente, vontade, coração e forças físicas. Diretriz sintetizada
em um pequeno volume: Donec formetur Christus in vobis (1932).
Em outubro de 1938, Padre Alberione fundou a terceira congregação
feminina: as Irmãs de Jesus Bom Pastor ou "Pastorinhas", que se dedicam
ao apostolado pastoral destinado a auxiliar os Pastores.
O empenho do Fundador foi sempre o mesmo: queria que todos
entendessem que "o primeiro cuidado da Família Paulina deve ser a
santidade de vida, o segundo a pureza de doutrina". Sob essa luz devia
ser entendido o seu projeto de uma enciclopédia sobre Jesus Mestre
(1959).
O pequeno volume Abundantes divitiae gratiae suae (As abundantes
riquezas da sua graça), é considerado como a "história carismática da
Família Paulina".
A Família que foi se completando em 1954, com a fundação da quarta
congregação feminina, o Instituto Rainha dos Apóstolos para as Vocações
(Irmãs Apostolinas) e, em 1960, dos Institutos de vida secular
consagrada: São Gabriel Arcanjo, Nossa Senhora da Anunciação, Jesus
Sacerdote e Sagrada Família. Dez Instituições (inclusive os Cooperadores
Paulinos) unidas entre si pelo mesmo ideal de santidade e de
apostolado: viver e anunciar Jesus Cristo Caminho, Verdade e Vida.
Nos anos de 1962-1965, o Padre Alberione foi protagonista
silencioso, mas atento do Concílio Vaticano II, de cujas sessões ele
participou, diariamente.
Padre Alberione viveu 87 anos.
No dia 26 de novembro de 1971 deixou a terra para assumir o seu
lugar na Casa do Pai. As suas últimas horas tiveram o conforto da visita
e da bênção do papa Paulo VI, que jamais ocultou a sua admiração e
veneração pelo Padre Alberione. Foi comovente o testemunho que deu na
Audiência concedida à Família Paulina em 28 de junho de 1969 (o Fundador
tinha 85 anos). Disse o papa Paulo VI:
«Aí está ele: humilde, silencioso, incansável, sempre vigilante,
sempre entretido com os seus pensamentos, que se mobilizam entre a
oração e a ação, sempre atento para perscrutar os "sinais dos tempos".
Em 25 de junho de 1996 o papa João Paulo II assinou o Decreto por
meio do qual eram reconhecidas as virtudes heróicas de Alberione. Foi beatificado por João Paulo II, no dia 27 de Abril de 2003, na Praça de S. Pedro, em Roma.
Santa Zita
Zita
foi empregada doméstica durante trinta anos em Luca, na Itália. Hoje em
dia, as comunidades de baixa renda sofrem grande injustiça social,
principalmente quando trabalham em serviços domésticos, como ela, mas no
século XIII as coisas eram bem piores.
Zita nasceu em 1218, no povoado de Monsagrati, próximo a Luca, e,
como tantas outras meninas, ela foi colocada para trabalhar em casa de
nobres ricos. Era a única forma de uma moça não se tornar um peso para a
família, pobre e numerosa. Ela não ganharia salário, trabalharia
praticamente como uma escrava, mas teria comida, roupa e, quem sabe, até
um dote para conseguir um bom casamento, se a família que lhe desse
acolhida se afeiçoasse a ela e tivesse interesse em vê-la casada.
Zita tinha apenas doze anos quando isso aconteceu. E a família para
quem foi servir não costumava tratar bem seus criados. Ela sofreu muito,
principalmente nos primeiros tempos. Era maltratada pelos patrões e
pelos demais empregados. Porém agüentou tudo com humildade e fé, rezando
muito e praticando muita caridade. Aliás, foi o que tornou Zita famosa
entre os pobres: a caridade cristã. Tudo que ganhava dos patrões, um
pouco de dinheiro, alimentos extras e roupas, dava aos necessitados. A
conseqüência disso foi que, em pouco tempo, Zita dirigia a casa e
comandava toda a criadagem. Conquistou a simpatia e a confiança dos
patrões e a inveja de outros criados.
Certa vez, Zita foi acusada de estar dando pertences da despensa da
casa para os mendigos, por uma das criadas que invejavam sua posição
junto aos donos da mansão. Talvez não fosse verdade, mas dificilmente a
moça poderia provar isso aos patrões. Assim, quando o patriarca da casa
perguntou o que levava escondido no avental, ela respondeu: "são
flores", e soltando o avental uma chuva delas cobriu os seus pés. Esta é
uma de suas tradições mais antigas citadas pelos seus fervorosos
devotos.
A sua vida foi uma obra de dedicação total aos pobres e doentes que
durou até sua morte, no dia 27 de abril de 1278. Todavia, sua
interferência a favor deles não terminou nesse dia. O seu túmulo, na
basílica de São Frediano, conserva até hoje o seu corpo, que repousa
intacto, como foi constatado na sua última exumação, em 1652, e se
tornou um lugar de graças e de muitos milagres comprovados e aceitos.
Acontecimentos que serviram para confirmar sua canonização em 1696, pelo
papa Inocêncio XII.
Apesar da condição social humilde e desrespeitada, a vida de santa
Zita marcou de tal forma a história da cidade que ela foi elevada à
condição de sua padroeira. E foi uma vida tão exemplar que até Dante
Alighieria a cita na Divina Comédia. O papa Pio XII proclamou-a
padroeira das empregadas domésticas.
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