1º de janeiro
Maria, Mãe de Deus
Hoje, oito dias depois da Natividade, primeiro dia do ano novo, o calendário dos santos se abre com a
festa de Maria Santíssima, no mistério de sua maternidade divina.
Escolha acertada, porque de fato Ela é "a Virgem mãe, Filha de seu
Filho, humilde e mais sublime que toda criatura, objeto fixado por um
eterno desígnio de amor" (Dante). Ela tem o direito de chamá-lo "Filho",
e Ele, Deus onipotente, chama-a, com toda verdade, Mãe!
Foi a primeira festa mariana que apareceu na Igreja ocidental.
Substituiu o costume pagão das dádivas (strenae) e começou a ser
celebrada em Roma, no século IV. Desde 1931 era no dia 11 de outubro,
mas com a última revisão do calendário religioso passou à data atual, a
mesma onde antes se comemorava a circuncisão de Jesus, oito dias após
ter nascido.
Num certo sentido, todo o ano litúrgico segue as pegadas desta
maternidade,começando pela solenidade da Anunciação, a 25 de Março, nove
meses antes da Natividade. Maria concebeu por obra do Espírito Santo.
Como todas as mães, trouxe no próprio seio aquele que só ela sabia que
se tratava do Filho unigênito de Deus, que nasceu na noite de Belém.
Ela assumiu para si a missão confiada por Deus. Sabendo, por
conhecer as profecias, que teria também seu próprio calvário, enquanto
mãe daquele que seria sacrificado em nome da salvação da Humanidade.
Deus se fez carne por meio de Maria. Ela é o ponto de união entre o céu e
a Terra. Contribuiu para a obtenção da plenitude dos tempos. Sem Maria,
o Evangelho seria apenas ideologia, somente "racionalismo
espiritualista", como registram alguns autores.
O próprio Jesus através do apóstolo São Lucas (6,43) nos esclarece:
"Uma árvore boa não dá frutos maus, uma árvore má não dá bom fruto".
Portanto, pelo fruto se conhece a árvore. Santa Isabel, quando recebeu a
visita de Maria já coberta pelo Espírito Santo, exclamou: "Bendita és
tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre." (Lc1,42). O
Fruto do ventre de Maria é o Filho de Deus Altíssimo, Jesus Cristo,
nosso Deus e Senhor. Quem aceita Jesus, fruto de Maria, aceita a árvore
que é Maria. Maria é de Jesus e Jesus é de Maria. Ou se aceita Jesus e
Maria ou se rejeita a ambos.
Por tomar esta verdade como dogma é que a Igreja reverencia, no
primeiro dia do ano, a Mãe de Jesus. Que a contemplação deste mistério
exerça em nós a confiança inabalável na Misericórdia de Deus, para nos
levar ao caminho reto, com a certeza de seu auxílio, para abandonarmos
os apegos e vaidades do mundo, e assimilarmos a vida de Jesus Cristo,
que nos conduz à Vida Eterna. Assim, com esses objetivos entreguemos o
novo ano à proteção de Maria Santíssima que, quando se tornou Mãe de
Deus, fez-se também nossa Mãe, incumbiu-se de formar em nós a imagem de
seu Divino Filho, desde que não oponhamos de nossa parte obstáculos à
sua ação maternal.
A comemoração de Maria, neste dia, soma-se ao Dia Universal da Paz.
Ninguém mais poderia encarnar os ideais de paz, amor e solidariedade do
que ela, que foi o terreno onde Deus fecundou seu amor pelos filhos e de
cujo ventre nasceu aquele que personificou a união ente os homens e o
amor ao próximo, o Cristo. Celebrar Maria é celebrar O nosso Salvador.
Dia da Paz, dia da Mãe Santíssima. Nos tempos sofridos e sangrentos em
que vivemos, um dia de reflexão e esperança.
Santo Fulgêncio
Fábio
Cláudio Gordiano Fulgêncio nasceu em Cartago, na atual Tunísia, África,
no ano 465. Nasceu numa rica família cristã , seu pai era um senador
romano e a mãe era de uma família local influente. Teve uma formação
intelectual excelente, com caráter firme, espírito de liderança e
habilidade para os negócios. Na juventude se destacou na administração
dos bens da família, o que o levou a ocupar altos postos no setor
público. Fulgêncio era muito culto e educado, interessava-se tanto pela
religião quanto pelas artes e literatura. Freqüentava um mosteiro
vizinho, onde orava com os monges e vasculhava sua biblioteca. Os
biógrafos afirmam que após ler os comentários de Santo Agostinho sobre o
salmo 36, decidiu-se pela vida de austeridade e de solidão.
A África romana do seu tempo, era reino o dos Vassalos, com a
capital em Cartago, o que vale dizer que os arianos dominavam e os
católicos eram súditos. A convivência era difícil e o rei Trasamundo
havia recomeçado as perseguições. Fulgêncio tentou ir para o Egito ao
encontro dos monges do deserto, mas o navio que o transportava teve de
ancorar em Siracusa, onde as notícias dos conflitos da igreja egipciana o
fizeram desistir. Em 500, foi a vez de Roma decepcioná-lo, na época
governada por Teodorico, onde os cristãos também estavam submissos.
Voltou para a África.
Foi na sua
pátria que Fulgêncio se ordenou sacerdote. Em 510, o rei que desejava a
extinção total da Igreja, proibiu que houvesse sucessor para os bispos
falecidos. Mas os cristãos os elegeram em segredo, e um deles foi
Fulgêncio, designado para a diocese de Ruspe, na Tunísia mesmo.O rei
soube e mandou exilar todos, sessenta, na ilha italiana da Sardenha, que
pertencia aos seus domínios. Pelo menos lá, os cristãos viviam em paz.
No mosteiro do exílio, Fulgêncio se tornou professor dos bispos, padres, monges, e conselheiro e pacificador entre a população. Tornou-se, dentro da sua humildade, um líder, uma figura que nem mesmo o rei podia ignorar. De fato, o rei mandou que viesse para a capital, onde o deixou livre para o ministério sacerdotal, pedindo que o ajudasse no esclarecimento das questões da fé, ou seja, respeitava muito Fulgêncio. Tanto que o mandou de volta para a Sardenha, para acalmar os súditos arianos radicais.
Durante os anos em que ali permaneceu, escreveu muito. Além de tratados religiosos, manteve uma vasta correspondência com seus discípulos e superiores, bem como com as maiores autoridades da Igreja de então, Só quando o rei morreu, Fulgêncio pode retornar para sua pátria e sua sede episcopal em Ruspe. Foi recebido em triunfo, reorganizou a diocese, restabeleceu a ordem e a disciplina. Morreu no dia primeiro de janeiro de 533, aos sessenta e oito anos, pregando a caridade como "o caminho que conduz ao céu".
O Concílo Vaticano II, no decreto sobre a atividade missionária da Igreja, faz menção ao pensamento de São Fulgêncio expresso em uma carta ao rei Trasamundo. Este Santo, comemorado anteriormente no dia 12 de janeiro, continua ensinado através dos séculos. A Igreja determinou a festa de São Fulgêncio para o dia de sua morte.
No mosteiro do exílio, Fulgêncio se tornou professor dos bispos, padres, monges, e conselheiro e pacificador entre a população. Tornou-se, dentro da sua humildade, um líder, uma figura que nem mesmo o rei podia ignorar. De fato, o rei mandou que viesse para a capital, onde o deixou livre para o ministério sacerdotal, pedindo que o ajudasse no esclarecimento das questões da fé, ou seja, respeitava muito Fulgêncio. Tanto que o mandou de volta para a Sardenha, para acalmar os súditos arianos radicais.
Durante os anos em que ali permaneceu, escreveu muito. Além de tratados religiosos, manteve uma vasta correspondência com seus discípulos e superiores, bem como com as maiores autoridades da Igreja de então, Só quando o rei morreu, Fulgêncio pode retornar para sua pátria e sua sede episcopal em Ruspe. Foi recebido em triunfo, reorganizou a diocese, restabeleceu a ordem e a disciplina. Morreu no dia primeiro de janeiro de 533, aos sessenta e oito anos, pregando a caridade como "o caminho que conduz ao céu".
O Concílo Vaticano II, no decreto sobre a atividade missionária da Igreja, faz menção ao pensamento de São Fulgêncio expresso em uma carta ao rei Trasamundo. Este Santo, comemorado anteriormente no dia 12 de janeiro, continua ensinado através dos séculos. A Igreja determinou a festa de São Fulgêncio para o dia de sua morte.
Santo Vicente Maria Strambi
Vicente
Maria Strambi, nasceu no dia 1 de janeiro de 1745, em Civitavechia, na
Itália, onde seu pai era dono de uma farmácia. Estudou no seminário
desde a infância. Aos quinze anos, venceu a resistência dos pais
ingressando no noviciado da Ordem menor dos capuchinhos.
Foi ordenado sacerdote em 1767. Um ano depois o jovem sacerdote, ingressou na Congregação Passionista, que acabava de ser fundada. Foi discípulo perfeito do seu fundador, Paulo da Cruz. Professou a fé e recebeu o hábito dos passionistas em 1769.
Eminente diretor espiritual, excelente missionário e excepcional catequista, percorreu a Itália central proclamando com fervor e competência os tesouros que encontramos em Cristo, especialmente na Sua Paixão. Assistiu à morte do fundador e, como postulador da causa dos passionistas, escreveu a sua primeira biografia, obra fundamental para o conhecimento de São Paulo da Cruz. Foi Provincial da Apresentação e Consultor Geral.
A 5 de julho de 1801, Vicente Maria, que já era o consultor geral da congregação, foi nomeado bispo de Macerata e Tolentino. Nos movimentos revolucionários do seu tempo, foi intrépido defensor da liberdade da Igreja. Recusou prestar juramento de fidelidade a Napoleão Bonaparte, que invadira e usurpara os Estados Pontifícios. Em conseqüência, foi exilado para Novara e Milão, durante sete anos.
Em 1814, ano em que o imperador Napoleão foi deposto, ele regressou à sua sede episcopal, onde ficou por mais nove anos. Estando já idoso e enfraquecido, renunciou ao bispado em 1823. O papa Leão XII, acatou sua decisão, porém o chamou como seu conselheiro e diretor espiritual. Assim, sem esquecer as suas ocupações habituais, continuou a pregar missões, como tinha feito antes, em Roma.
Em primeiro de novembro deste mesmo ano, o papa Leão XII ficou gravemente doente. Ele ofereceu sua vida a Deus para que o Papa não morresse, rezando e fazendo penitência. Aos poucos ele se restabeleceu completamente, alguns meses depois, monsenhor Vicente Maria morreu, era o dia 1 de janeiro de 1824.
Foi canonizado em 1950. A comemoração de São Vicente Maria Strambi acontece no dia de sua morte, recebendo homenagens especiais em Macerata, onde os seus restos mortais descansam na igreja de São Felipe, desde 1957.
Foi ordenado sacerdote em 1767. Um ano depois o jovem sacerdote, ingressou na Congregação Passionista, que acabava de ser fundada. Foi discípulo perfeito do seu fundador, Paulo da Cruz. Professou a fé e recebeu o hábito dos passionistas em 1769.
Eminente diretor espiritual, excelente missionário e excepcional catequista, percorreu a Itália central proclamando com fervor e competência os tesouros que encontramos em Cristo, especialmente na Sua Paixão. Assistiu à morte do fundador e, como postulador da causa dos passionistas, escreveu a sua primeira biografia, obra fundamental para o conhecimento de São Paulo da Cruz. Foi Provincial da Apresentação e Consultor Geral.
A 5 de julho de 1801, Vicente Maria, que já era o consultor geral da congregação, foi nomeado bispo de Macerata e Tolentino. Nos movimentos revolucionários do seu tempo, foi intrépido defensor da liberdade da Igreja. Recusou prestar juramento de fidelidade a Napoleão Bonaparte, que invadira e usurpara os Estados Pontifícios. Em conseqüência, foi exilado para Novara e Milão, durante sete anos.
Em 1814, ano em que o imperador Napoleão foi deposto, ele regressou à sua sede episcopal, onde ficou por mais nove anos. Estando já idoso e enfraquecido, renunciou ao bispado em 1823. O papa Leão XII, acatou sua decisão, porém o chamou como seu conselheiro e diretor espiritual. Assim, sem esquecer as suas ocupações habituais, continuou a pregar missões, como tinha feito antes, em Roma.
Em primeiro de novembro deste mesmo ano, o papa Leão XII ficou gravemente doente. Ele ofereceu sua vida a Deus para que o Papa não morresse, rezando e fazendo penitência. Aos poucos ele se restabeleceu completamente, alguns meses depois, monsenhor Vicente Maria morreu, era o dia 1 de janeiro de 1824.
Foi canonizado em 1950. A comemoração de São Vicente Maria Strambi acontece no dia de sua morte, recebendo homenagens especiais em Macerata, onde os seus restos mortais descansam na igreja de São Felipe, desde 1957.
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