quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Santos do Dia 04

04 de janeiro

   Santa Ângela de Foligno
A história de Santa Ângela, considerada uma das primeiras místicas italianas, poderia ser o roteiro de um romance ou novela, com final feliz, é claro. Transformou-se de mulher fútil e despreocupada em mística e devota, depois literata, teóloga e, finalmente, santa. A data mais aceita para o nascimento de Ângela, em Foligno, perto de Assis e de Roma, é o ano 1248. Ela pertencia à uma família relativamente rica e bem situada socialmente. Ainda muito jovem casou-se com um nobre e passou a levar uma vida ainda mais confortável, voltada para as vaidades, festas e recreações mundanas. Assim viveu até os trinta e sete anos, quando uma tragédia avassaladora mudou sua vida. Num curto espaço de tempo perdeu os pais, o marido e todos os numerosos filhos, um a um. Mas, ao invés de esmorecer, uma mulher forte e confiante nasceu daquela seqüência de mortes e sofrimento, cheia de fé em Deus e no seu conforto espiritual. Como conseqüência, em 1291 fez os votos religiosos, doando todos os seus bens para os pobres e entrando para a Ordem Terceira de São Francisco, trocando a futilidade por penitências e orações. O dom místico começou a se manifestar quando Santa Ângela recebeu em sonho a orientação de São Francisco para que fizesse uma peregrinação a Assis. Ela obedeceu, e a partir daí as manifestações não pararam mais.
Contam seus escritos que ela chegava a sentir todo o flagelo da paixão de Cristo, nos ossos e juntas do próprio corpo. Todas essas manifestações, acompanhadas e testemunhadas por seu diretor espiritual, Santo Arnaldo de Foligno, foram registradas em narrações que ela escrevia em dialeto úmbrio e que eram transcritas imediatamente para o latim ensinado nas escolas, para que pudessem ser aproveitados imediatamente por toda a cristandade. Trinta e cinco dessas passagens foram editadas com o título "Experiências espirituais, revelações e consolações da Bem-Aventurada Ângela de Foligno", livro que passou a ser básico para a formação de religiosos e trouxe para a Santa o título de "Mestra dos Teólogos". Muitos dos quais a comparam como Santa Tereza d'Ávila e Santa Catarina de Sena.
Ângela terminou seus dias orientando espiritualmente, através de cartas, centenas de pessoas que pediam seus conselhos. Ao Santo Arnaldo, à quem ditou sua autobiografia, disse o seguinte: "Eu, Ângela de Foligno, tive que atravessar muitas etapas no caminho da penitencia e conversão. A primeira foi me convencer de como o pecado é grave e danoso. A segunda foi sentir arrependimento e vergonha por ter ofendido a bondade de Deus. A terceira me confessar de todos os meus pecados. A quarta me convencer da grande misericórdia que Deus tem para com os pecadores que desejam ser perdoados. A quinta adquirir um grande amor e reconhecimento por tudo o que Cristo sofreu por todos nós. A sexta sentir um profundo amor por Jesus Eucarístico. A sétima aprender a orar, especialmente rezar com amor e atenção o Pai Nosso. A oitava procurar e tratar de viver em contínua e afetuosa comunhão com Deus". Na Santa Missa, ela muitas vezes via Jesus Cristo na Santa Hóstia. Morreu, em 04 de janeiro 1309, já sexagenária, sendo enterrada na Igreja de São Francisco, em Foligno, Itália.
Seu túmulo foi cenário de muitos prodígios e graças. Assim, a atribuição de sua santidade aconteceu naturalmente, àquela que os devotos consideram como a padroeira das viúvas e protetora da morte prematura das crianças. Foi o Papa Clemente XI que reconheceu seu culto, em 1707. Porém ela já tinha sido descrita como Santa por vários outros pontífices, à exemplo de Paulo III em 1547 e Inocente XII em 1693. Mais recentemente o Papa Pio XI a mencionou também como Santa em uma carta datada de 1927.


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  Manuel Gonzáles Garcia
Manuel Gonzáles Garcia nasceu em Sevilha, na Espanha no dia 25 de fevereiro de 1877.A família era humilde e profundamente religiosa. O seu pai Martim era carpinteiro e a sua mãe Antonia era dona de casa. O casal teve cinco filhos, ele foi o segundo.
Neste ambiente sereno, Manuel cresceu, nutrindo no coração o desejo de fazer parte, na catedral de Sevilha, do grupo de meninos do côro que cantavam nas solenidades do "Corpus Christi" e da Imaculada. Já nessa época se consolidou o seu amor pela Eucaristia e por Maria.
Através da vivência cristã e o bom exemplo da família e de vários sacerdotes, descobriu a sua verdadeira vocação. Assim, sem avisar os seus pais, fez os exames de ingresso no seminário. Eles aceitaram a vontade do filho e os desígnios de Deus. Consciente da situação econômica da sua família, Manuel pagou os estudos do seminário trabalhando como servidor e também auxiliou sua irmã, Maria Antonia que se tornou religiosa.
Finalmente, em 1901, recebeu a ordenação sacerdotal das mãos do cardeal Marcelo Espinola, um beato da Igreja. Um ano depois, padre Manuel foi enviado numa missão para pregar em Palomares do Rio, onde permaneceu durante toda a sua vida sacerdotal.
Foi dentro da simplicidade do Evangelho que desenvolveu todo seu trabalho missionário. Criou a "Obra dos Sacrários-Calvários", uma resposta de amor reparador ao amor de Cristo na Eucaristia, como ele mesmo definiu sua obra. O início foi a União Eucaristia Reparadora, formada pelos ramos masculino e feminino de leigos , culminando com a Reparação Infantil Eucarística e a criação da revista "O grão de areia", para a divulgação destas associações. Após quinze anos, em reconhecimento da sua capacidade e laureando sua atuação missionária, foi consagrado bispo de Málaga.
Com a aprovação da Santa Sé, em 1918 fundou a instituição dos padres Missionários Eucarísticos e três anos depois a congregação religiosa das Missionárias Eucarísticas de Nazaré. Em 1932, colaborou com a irmã no sangue e na fé, Maria Antonia, para a criação das instituições das Missionárias Auxiliares Nazarenas e a Juventude Eucarística.
Depois, durante a guerra espanhola foi nomeado bispo de Palência, para onde foi transferido em 1935. Nesta diocese, Manuel passou os últimos anos do seu ministério sacerdotal, escrevendo também inúmeras obras de conteúdo religioso e espiritual. Depois de um longo período de enfermidade, serenamente morreu no dia 4 de Janeiro de 1940.
O Papa João Paulo II o proclamou "Apóstolo da Eucaristia" na celebração solene de sua beatificação em 1998. Santo Manuel Gonzáles Garcia foi enterrado na Catedral de Palência e sua festa litúrgica marcada para o dia de sua morte.

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Santa Elizabeth Ann Balley Seton
Elizabeth Ann nasceu no dia 28 de agosto de 1774, em Nova York, filha de Catarina Charlton e Richard Bayley, ambos episcopalianos fervorosos. Foi batizada e educada na igreja Episcopaliana. Seu pai, médico e cirurgião reputado, foi o primeiro Ministro da Saúde do Port de Nova York, foi depois professor de anatomia no King College (universidade da Colúmbia). Elizabeth cresceu em Nova York, e em Nova Rochelle. Em 25 de janeiro de 1794, Elizabeth Ann casa-se com William Magee Seton, filho de uma rica família de armador e vão residir no State Street, em Manhattan. Seu casamento foi abençoado com o nascimento de três meninas e dois meninos. Infelizmente, William adoece de tuberculose rapidamente. Parte para a Itália, acompanhado por Elizabeth e sua filha mais velha, Annina, na esperança de recuperar a saúde. Mas, ele morre em 27 de dezembro de 1803, deixando-a viúva, com 5 filhos aos 29 anos apenas. A família Felicchi, de Livorno, na Itália, parceira nos negócios e grandes amigos de Elizabeth e de William, oferece-lhe hospitalidade e reconforto. Elizabeth Ann, muito espiritual, ficou bastante sensibilizada com a devoção e a fé da família Felicchi, que era católica. Um ano após seu regresso a Nova York, Elizabeth decide converter-se ao catolicismo e, no dia 14 de março de 1805, foi recebida na Igreja de São Pedro, em Barclay Street. Esta decisão custou muito a Elizabeth, por causa do afastamento de sua família e de seus amigos. Os anos seguintes foram muito difíceis para Elizabeth, viúva com seus cinco filhos, sem condições financeiras para educá-los, por causa da falência da empresa familiar, poucos anos antes da morte de William, e sem o apoio de sua família e de seus amigos.
Em junho de 1808, o Padre William Louis Dubourg, sacerdote sulpiciano francês, de Maryland, encontra-se com Elizabeth durante uma visita em Nova York e a convida para ir a Baltimore, prometendo-lhe abrir uma Escola para as crianças desta cidade. Graças à generosidade de um benfeitor, a Escola pôde instalar-se em Emmitsburg (Maryland). Esta nova obra começou no dia 31 de julho de 1809, em Saint Joseph´s Valley. Muito em breve, atrai também outras mulheres que se reúnem ao redor dela para se consagrarem à instrução de crianças pobres, começando assim, a Comunidade das Irmãs da Caridade. No dia 17 de janeiro de 1812, Elizabeth recebe a confirmação oficial das Regras e das Constituições das Irmãs da Caridade dos Estados Unidos. Estas Regras foram redigidas sob o modelo das Regras Comuns das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, fundadas na França por São Vicente de Paulo e Santa Luísa de Marillac, em 1633. Nasce assim, a primeira Comunidade americana de mulheres consagradas. Bem antes de sua acolhida na Igreja Católica, Elizabeth Ann tinha visto o Cristo nos pobres, particularmente nas mulheres e crianças necessitadas.
Elizabeth é reconhecida Santa por causa de sua busca da vontade de Deus, e por sua fidelidade em respondê-la. Sua santidade enraíza-se em sua fidelidade à oração e à vida litúrgica da Igreja Protestante Episcopaliana de seu tempo. Fiel praticante de sua paróquia da Santíssima Trindade, ela rezava longos momentos diante do Santíssimo Sacramento, na capela vizinha de São Pedro, que era católica.
Morre no dia 4 de janeiro de 1821, em Emmitsburg, aos 46 anos. Em 25 de março de 1850, a Comunidade de Emmitsburg une-se à Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, da França. Em 17 de março de 1963, Elizabeth Ann Seton foi beatificada pelo Papa João XXIII, e depois, canonizada em 14 de setembro de 1975, por Paulo VI.

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