quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Missa na Catedral da Sé abre Quaresma e Campanha da Fraternidade em São Paulo

Na tarde de ontem, dia 22, quarta-feira, na Catedral da Sé, dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, presidiu missa com a imposição de cinzas, marcando o início da Quaresma. Na mesma celebração, ele abriu, na Arquidiocese de São Paulo, a Campanha da Fraternidade que, este ano, tem a saúde pública como tema. Concelebram com ele os bispos auxiliares de São Paulo, dom Tarcísio Scaramussa, Região Sé; e dom Julio Endi Akamine, Região Lapa; além do vigário episcopal de Santana, padre Zacarias Paiva, bem como centenas de fiéis.
Dom Odilo, na homilia, falou da Quaresma como tempo de jejum e abstinência de carne, de esmola e de oração. Ele explicou que a penitência não é um castigo que nos impomos, mas é um esforço para corresponder a Deus, na busca da coerência em nossa vida de cristãos. Quaresma é tempo de escutar o chamado de Deus à revisão de vida, à conversão, à penitência. O arcebispo lembrou a dificuldade do homem, hoje, de reconhecer seus pecados e a necessidade do perdão de Deus. Daí ser necessário repetir sempre o convite à reconciliação com Deus.
O Cardeal refletiu também sobre as três atitudes que Jesus recomenda e ao mesmo tempo convida a rever: a oração, a esmola e o jejum. “A Quaresma nos convida a ver como estamos praticando a religião. A oração não pode ser feita tocando trombetas, nem querendo convencer a Deus. Jesus manda corrigir isso. A esmola também seja feita não para todos verem quanto somos bons. Que a caridade não seja para a própria glorificação. Deve ser praticada em todas as suas dimensões, inclusive no campo da justiça e do direito. Enfim, o jejum seja feito na perspectiva da fé sem fazer como os hipócritas criticados por Jesus. Que só Deus saiba da nossa penitência”, orientou.
Em seguida, dom Odilo citou Bento 16 que, em sua mensagem para esta Quaresma baseia-se na Carta aos Hebreus e exorta a todos a se preocuparem uns com os outros e reverem as boas obras, estimulando mutuamente a prática do bem. “É preciso preocuparmo-nos com o irmão, o filho, o marido, o vizinho. A pergunta ‘o que fizeste de teu irmão?’ deve nos incomodar. O irmão doente, que vive na pobreza, na cadeia, caído nas ruas da Cracolândia, deve merecer nossa atenção”.
Sobre a Campanha da Fraternidade, o arcebispo de São Paulo lembrou que todos têm direito à saúde. Só que este direito não é respeitado. A saúde na periferia é precária e se faz necessário o esforço de todos, para que as condições de saúde mudem para todos os brasileiros, particularmente para os mais pobres.
Para dom Odilo, esta Campanha da Fraternidade tem um cunho político, pois é preciso que se faça tudo para que todos tenham melhores condições de saúde e que isso chegue aos que têm poder de decisão. Ele está convencido de que a Campanha vai ajudar a melhorar a saúde no Brasil, cujas condições estão “de arrepiar”. Mas ele alertou também que ninguém deve imaginar que o problema é só do governo.
“O doente perto de mim é problema meu. Que todos possamos ouvir o apelo de Jesus: ‘Estive doente e fostes me visitar’. Pior será se um dia ouvirmos de Jesus a repreensão: ‘Estive doente e não me fostes visitar’”. Dom Odilo convidou todos a visitarem os doentes em nome de Jesus, a estarem presentes junto a todo irmão que sofre, porque isso também faz parte da Campanha da Fraternidade. E concluiu: “Convido todos a vivermos com intensidade este tempo da Quaresma, tempo de graça, tempo favorável”.
A procissão das oferendas foi feita por três profissionais da saúde. No final da celebração, o texto-base da Campanha da Fraternidade foi entregue aos responsáveis por ela nas seis regiões episcopais.

Fonte: http://www.arquidiocesedesaopaulo.org.br/?q=node/84450

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