15 de fevereiro
São Cláudio Colombiere
Cláudio
Colombiere nasceu próximo de Lion, na França, no dia 02 de fevereiro de
1641. Seus pais faziam parte da nobreza reinante, com a família muito
bem posicionada financeiramente e planejavam dedicá-lo ao serviço de
Deus, mas ele era totalmente avesso a essa idéia.
Com o passar do tempo acaba por se render ao modo de vida e
filosofia dos jesuítas de Lion, onde segue com seus estudos. De lá passa
a Avinhon e depois a Paris e, três anos depois, é ordenado sacerdote.
Em 1675, emite os votos solenes da Companhia de Jesus e vai dirigir a
pequena comunidade da Ordem, em Parai-le-Monial.
Padre Cláudio foi nomeado confessor do mosteiro da Visitação onde
encontra uma irmã de vinte e oito anos, presa ao leito devido às fortes
dores reumáticas. A doente era Margarida Maria Alacoque, uma figura de
enorme poder espiritual, que influenciava a todos que se aproximavam.
Margarida Alacoque revelava o incrível poder e a veneração ao Sagrado
Coração de Jesus, símbolo da Humanidade e do amor infinito do Cristo. Os
devotos do Sagrado Coração são tomados como adoradores de ídolos e
atacados, de vários lados, com duras palavras e ameaças.
Nesta cidade, padre Cláudio é um precioso guia para tantos cristãos
desorientados. Mas, em 1674 é enviado a Londres como capelão de Maria
Beatriz D'Este, mulher de Carlos II, duque de York e futuro rei da
Inglaterra. Naquela época, a Igreja Católica era perseguida e
considerada fora da lei na Inglaterra. Entretanto, como padre Cláudio
celebrava a Eucaristia numa pequena capela, acaba sendo procurado por
muitos cristãos, irmãs clandestinas e padres exilados, todos desejosos
de escutar seus conselhos.
Outro acontecimento muda completamente a sua vida. Ele é enviado
como missionário às colônias inglesas da América. Depois de dezoito
meses de sua chegada, foi acusado de querer restaurar a Igreja de Roma
no reino e vai preso. Porém, como é um protegido do rei da França, não
permanece no cárcere e é expulso.
Mais uma vez padre Cláudio Colombiere retorna à França, em 1681.
Entretanto, já se encontrava muito doente. Seu irmão ainda tentaria
levá-lo a regiões onde o ar seria mais saudável. Mas ele não desejava
partir, pois havia recebido um bilhete de Margarida Alacoque que dizia:
"O Senhor me disse que sua vida findará aqui". Três dias depois ele
morre em Parai-le-Monial e seu corpo fica sepultado na Companhia de
Jesus, sob a guarda dos padres jesuítas. Era o dia 15 de fevereiro de
1683.
O Papa Pio IX o beatifica em 1929, e é proclamado Santo Cláudio Colombiere em 1992, pelo Papa João Paulo II, em Roma.
São Fautino e Jovita
Faustino
nasceu em 90, Jovita em 96, na cidade e Bréscia, na Lombardia, Itália.
Eram cristãos e foram martirizados no século II, durante os tempos
sangrentos das perseguições. Os outros dados sobre eles nos foram
transmitidos pela tradição, pois quase todos os registros eram queimados
ou confiscados durante as inúmeras perseguições contra a Igreja dos
primeiros séculos.
Segundo os devotos eles eram irmãos e pregavam livremente a religião
apesar das perseguições decretadas pelos imperadores: Trajano e
Adriano. As prisões estavam repletas de cristãos que se não renegassem a
fé publicamente eram martirizados. E na Lombardia a situação não era
diferente. Isto preocupava o bispo Apolônio da Bréscia, que precisava
de confessores e sacerdotes que exortassem o animo e a fé dos cristãos,
para se manterem firmes nas orações.
Secretamente, o bispo ordenou Faustino sacerdote e Jovita diácono,
que continuaram no meio da comunidade operando milagres, convertendo
pagão e destruindo os ídolos. Acusados pelo prefeito, foram espancados,
submetidos a atrozes torturas, mas sobreviveram a tudo. Foram então
levados para Roma, julgados e condenados a morrer na cidade natal. Em 15
de fevereiro de 146 foram decapitados.
Mas, existia uma tradição que dizia que Jovita, era a irmã virgem de
Faustino, por isto não era sacerdote como ele. A Igreja comprovou
entretanto que eram dois mártires homens, porque pela origem da palavra,
que significa jovem, se tratava de um termo na época usado somente para
o gênero masculino.
O primeiro testemunho sobre o culto destes dois santos mártires foi
encontrado no livro dos "Diálogos" de São Gregório Magno. Entre 720 e
730 houve a translação dos corpos dos Santos Faustino e Jovita do
cemitério de São Latino, para a igreja de Santa Maria, depois chamada de
São Faustino e Jovita. Outra particularidade histórica e religiosa foi a
troca de relíquias feita entre os monges beneditinos de Monte Cassino e
o bispo de Bréscia. Eles ficaram com uma de Faustino e a Catedral de
Bréscia recebeu uma de São Bento.
Enquanto isso a tradição continuava a se enriquecer, tanto que nas
pinturas tradicionais São Faustino e Jovita são representados vestidos
de guerreiros. Em 1438, a cidade de Bréscia foi salva, da invasão das
tropas do comandante milanês Nicolau Picinino, pelos dois santos que
apareceram vestidos de guerreiros para lutar ao lado da população
bresciana. No dia 10 de janeiro de 1439, o bispo de Bréscia escrevia ao
amigo, bispo de Vicenza a narração desta tremenda invasão. Esta carta
se encontra na Biblioteca de São Marco, no Vaticano.
Uma das maiores festas que acontece na Lombardia é a de São Faustino
e Jovita, na Bréscia, quando a população reverencia seus Patronos no
dia 15 de fevereiro, começando pela celebração litúrgica.
São Teotônio
Teotônio
nasceu em 1082, na aldeia de Tartinhade, em Ganfei, próxima a Valença do
Minho, Portugal. Na infância estudou no mosteiro beneditino de Ganfei.
Aos dez anos, mostrando inclinação religiosa, foi entregue ao tio,
bispo de Coimbra, que assumiu sua educação. Na capital, o bispo o
colocou no colégio anexo à sua Catedral designando o diretor padre Telo
para orientador espiritual do sobrinho. Teotônio se formou em teologia e
filosofia. Quando seu tio morreu , padre Telo o enviou aos cuidados de
um outro tio, que era o prior do mosteiro em Viseu, para completar sua
formação eclesiástica.
Em Viseu, ele tomou a ordem sacerdotal e sucedeu seu tio, como prior
do mosteiro, em 1112. Teotônio fez então sua primeira peregrinação a
Jerusalém e, ao voltar, recusou ser o bispo de Viseu. Preferiu continuar
um simples missionário e voltou para a Terra Santa, pela segunda vez,
onde pretendia ficar. Entretanto padre Telo, seu antigo orientador,
mandou chamá-lo, porque precisava de sua ajuda para criar uma comunidade
religiosa, sendo prontamente atendido.
Assim, Teotônio foi o co-fundador, junto com onze religiosos, e
primeiro superior do mosteiro da Santa Cruz de Coimbra, sede da nova
Ordem, criada em 1131, sob a Regra de Santo Agostinho. Todos os
fundadores receberam o hábito agostiniano. Depois, pediram ao papa
Inocêncio II que tomasse sob sua proteção o mosteiro da Santa Cruz de
Coimbra. Ele aceitou o pedido pela Bula Desiderium quod, de 26 de maio
de 1135.
Sua atuação foi marcada por uma dinâmica missionária relevante
durante a reconquista cristã no território português. Cedo compreendeu
que as nações não se forjam nos campos de batalhas, mas nas escolas de
formação de sua juventude. Era um missionário notável e um homem de
visão moderna para o seu tempo. Foi conselheiro espiritual do rei
Afonso Henrique, que o estimava e muito auxiliou a Ordem. Manteve
contatos amistosos com personagens importantes do seu tempo, como São
Bernardo.
Aos setenta anos Teotônio renunciou ao cargo de prior, voltando a
ser um simples religioso. Um ano depois o papa Anastásio IV quis
consagrá-lo bispo de Coimbra, mas ele recusou, consagrando seus últimos
anos à oração. Morreu em 18 de fevereiro de 1162. Seu corpo repousa
numa capela da igreja do mosteiro que fundou. Um ano depois, no
aniversário de sua morte o papa Alexandre III o canonizou.
São Teotônio se tornou o primeiro santo da nação portuguesa a ser
canonizado, sendo celebrado pela Igreja como o reformador da vida
religiosa em Portugal. O seu culto celebrado no dia 18 de fevereiro foi
difundido pelos agostinianos espalhados no mundo todo. Em 1602, foi
proclamado Padroeiro da cidade e diocese de Viseu.
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