20 de fevereiro
Jacinta de Jesus Marto
Jacinta de
Jesus Marto nasceu em Aljustrel, Fátima, a 11 de março de 1910. Foi
batizada uma semana depois. Á ela junto com o irmão Francisco e a prima
Lúcia, três simples crianças pastoras analfabetas, foi dada a graça de
presenciar as aparições de Nossa Senhora, na sua pequenina aldeia.
Além das cinco aparições da Cova da Iria e uma dos Valinhos, Nossa
Senhora apareceu à Jacinta mais quatro vezes em casa durante a doença,
uma grave pneumonia que a acometeu juntamente com seu irmão Francisco.
Nessa primeira aparição, quando ambos já estavam acamados, assim
descreve a pequenina: "Nossa Senhora veio nos ver e diz que vem buscar o
Francisco muito em breve. E a mim perguntou-me se queria ainda
converter mais pecadores. Disse-lhe que sim". De fato, logo depois
Francisco morreu santamente.
Nessa ocasião, ao aproximar-se o momento da partida de Francisco,
Jacinta recomenda-lhe: "Leve muitas saudades minhas a Nosso Senhor e a
Nossa Senhora e diz-lhes que sofro tudo quanto Eles quiserem para
converter os pecadores". Jacinta ficara tão impressionada com a visão do
inferno durante uma das aparições da Virgem em Fátima, ocorrida em 13
de julho de 1917, que nenhuma mortificação e penitência era demais para
salvar os pecadores.
A vida da pequena Jacinta foi caracterizada por esse extremo
espírito de sacrifício, o amor ao Coração de Maria, ao Santo Padre e aos
pecadores. Sempre levada pela preocupação da salvação dos pecadores e
do desagravo ao Coração Imaculado de Maria, de tudo oferecia um
sacrifício a Deus, dizendo sempre a oração que Nossa Senhora lhes
ensinara: "Ò Jesus, é por Vosso Amor, pela conversão dos pecadores e em
reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria".
Quase um ano depois da morte de Francisco, Jacinta faleceu, era 20
de fevereiro de 1920. O seu corpo foi enterrado no cemitério de Ourém,
sendo transladado em 1935 para o cemitério de Fátima. Em 1951 foi
finalmente transferida para a Basílica do Santuário.
No dia 13 de maio de 2001, dia da festa de Nossa Senhora de Fátima,
foi um dia muito especial não só para os portugueses, mas para a família
católica inteira. O Papa João Paulo II, esteve na cidade portuguesa
para beatificar Jacinta de Jesus Marto, marcando sua celebração para a
data de sua morte. A cerimônia ocorreu na Basílica de Nossa Senhora do
Rosário de Fátima, com a presença da Irmã Lúcia de Jesus.
Os acontecimentos de Fátima e os pastorzinhos são porta-vozes do
convite materno de Maria ao acolhimento, ao amor, à confiança, à pureza
de vida e de coração e à entrega de si mesmo a Deus e aos outros, em
atitude de solidariedade e de fé inquebrantável. A beatificação de
Jacinta de Jesus Marto nos lembra a vocação última da Igreja e a
comunhão dos santos.
Santo Euquério
O bisco francês Euquério foi
um grande defensor da Igreja em seu tempo. Defensor não só de seus
conceitos e dogmas, mas também dos seus bens, que tanto atraíam os
poderosos.
Euquério nasceu em Órleans, na França, e recebeu disciplina e
educação cristã desde o berço. Assim que a idade o permitiu, entrou para
o mosteiro de Lumièges, às margens do rio Sena. Seus sete anos de
atuação ali foram marcados pela autopenitência que, de tão severa,
chegava a lembrar os monges eremitas do Oriente. Esse período fez dele o
candidato natural à sucessão do bispo de sua cidade natal. Humilde,
Euquério tentou recusar, mas foram tantos os pedidos de seus irmãos de
hábito e do povo em geral, que acabou aceitando.
Seu bispado foi marcado pelo respeito às tradições e à disciplina.
Euquério chegou a enfrentar o rei francês Carlos Martel, que pretendia
se apossar de bens da Igreja, dirigindo-lhe censuras graves, como faria a
qualquer outra ovelha de seu rebanho, se fosse necessário. O rei,
apesar de precisar dos bens para aumentar as finanças e continuar a
guerra contra os sarracenos muçulmanos, deixou de lado sua intenção.
Entretanto, tramou a transferência do bispo, para afastá-lo de sua
querida cidade de Órleans.
Euquério foi transferido para Colônia, na Alemanha, aonde também
conquistou o respeito e o carinho do povo e do clero. Então o vingativo
rei conseguiu que fosse mandado para mais longe, Liège. Ele viveu seis
anos no exílio e passou seus últimos dias no convento de São Trondom. O
bispo Euquério morreu no dia 20 de fevereiro de 738 e suas relíquias
permaneceram guardadas na igreja desse convento, na diocese de
Mastrichiti. O seu culto se perpetua pela devoção dos fiéis tanto na
França, quanto na Alemanha e em todo o mundo cristão. Sua festa
litúrgica se dá no dia de sua morte.
Santo Ulrico
Ulrico nasceu em Bristol, Inglaterra. Sabemos muito pouco a respeito de sua
vida. Inicialmente Ulrico estava entregue aos vícios da nobreza inglesa.
Muitos sacerdotes não observavam as normas da Igreja. Certa vez, Ulrico
foi abordado por um mendigo. Este o advertiu a respeito de seus atos e
da decadência dos costumes daquela época. Ulrico reconheceu envergonhado
a verdade nas palavras daquele mendigo.
Resolveu juntar-se a um grupo de padres que viviam
disciplinadamente, trabalhando na agricultura e na indústria de lã. Eles
trabalhavam, estudavam e pregavam o evangelho, distanciando-se da vida
mundana. Ulrico desaparece das festas e penitencia seu corpo, vestindo
uma malha de ferro sobre a pele nua. Passa a celebrar missas, pregar
apaixonadamente, trabalhar pela Igreja e copiar livros. Enfim, ele havia
reencontrado o caminho que o levaria de volta a Deus.
O padre Ulrico ficou muito conhecido entre os pobres e humildes,
tornando-se um dos poucos que os escutavam. Tornou-se a voz dos pobres,
pregando a esperança. Alguns diziam que ele tinha o dom da profecia e o
próprio rei Henrique II fora visitá-lo a fim de ouvir seus conselhos.
O sacerdote Ulrico viveu os últimos anos de sua vida numa pequena
cela na Igreja de Haselbury. Tinha conquistado a fama de um homem santo e
gente de todo o país vinha em peregrinação para vê-lo e ouví-lo. Quando
da sua morte, aos 20 de fevereiro de 1154, uma grande comoção tomou
conta do povo humilde que o amava. Sua cela tornou-se sacristia da
Igreja de Haselbury.
Santo Eleutério
Eleutério
nasceu no ano de 456 na cidade de Tournai, França. São Gregório de
Tours, que foi um dos primeiros historiadores da Igreja da França,
narrou que na infância enquanto Eleutério brincava com os amiguinhos, um
deles lhe disse que iria chegar a ser um bispo. Não foi um aviso
profético. Certamente foi um gracejo maldoso, pois na sua época, as
responsabilidades desta função geralmente incluíam ameaças de morte.
Ele viveu num período conturbado da história da França, que ainda
estava sendo evangelizada, e sentia o domínio dos povos do norte
europeu. Foi alvo de sucessivas invasões, ora dos visigodos ora dos
burgundis, ainda não pagãos, que só obedeciam à força militar,
identificada na pessoa do rei ou dos generais. Assim, tornou-se, em
parte, um território dos Francos, cujo rei era Clodoveo, ainda pagão.
Eleutério seguiu a carreira eclesiástica, desenvolvendo sua ação pastoral neste campo.
Chegou de fato a ser eleito bispo, o primeiro da diocese de Tournai,
da qual foi o desbravador, que com imenso sacrifício, mas vencendo as
dificuldades, fixou as bases para a futura grandeza daquela diocese.
Somou-se ao incessante esforço da Igreja da França pela conversão dos
povos recém-migrados, começando com o rei Clodoveo e a rainha Clotilde,
que ele conseguiu converter com ajuda do amigo, também santo, bispo
Remígio, de Reims.
Naquela época, era muito difícil organizar uma diocese com
estruturas mínimas de clero, igrejas, centro de evangelização. O
trabalho mais árduo era criar o espírito pacífico entre os habitantes da
região, que viveram grande parte do tempo em confrontos por um pedaço
de terra onde sobreviver. Além disto, havia a complicada questão das
conversões em massa, que se desencadeava a partir da conversão do rei.
Confundindo nação com religião, a maioria da população queria se
converter também. Deste modo, as conversões não eram bem feitas, a
maioria era puramente exterior, ou apenas uma questão de política, não
modificavam o interior das pessoas.
Mas, o bispo Eleutério conseguiu com poucos padres e monges, fazer
uma evangelização sólida e bem feita, durante os dez anos que dirigiu
aquela Igreja. Foi um verdadeiro operário de Cristo, tenaz, zeloso,
enérgico, vigilante contra as heresias e bondoso na tarefa de conversão
dos pagãos. Mesmo assim, Eleutério foi vítima de uma conspiração,
morrendo como mártir em 531, na sua querida Tournai.
Os restos mortais deste humilde bispo, foram guardados numa urna na
Catedral de Tournai e o local se tornou meta de peregrinação. A cidade
de Tournai esta situada hoje na Bélgica e se destaca como uma das
maiores dioceses do mundo. A igreja canonizou Santo Eleutério designando
o dia 20 de fevereiro para a sua festa, data em que a Catedral foi
dedicada à ele.
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