Na
tarde de ontem, dia 22, quarta-feira, na Catedral da Sé, dom Odilo Pedro
Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, presidiu missa com a
imposição de cinzas, marcando o início da Quaresma. Na mesma celebração,
ele abriu, na Arquidiocese de São Paulo, a Campanha da Fraternidade
que, este ano, tem a saúde pública como tema. Concelebram com ele os bispos auxiliares de São Paulo, dom Tarcísio
Scaramussa, Região Sé; e dom Julio Endi Akamine, Região Lapa; além do
vigário episcopal de Santana, padre Zacarias Paiva, bem como centenas de
fiéis.
Dom Odilo, na homilia, falou da Quaresma como tempo de jejum e
abstinência de carne, de esmola e de oração. Ele explicou que a
penitência não é um castigo que nos impomos, mas é um esforço para
corresponder a Deus, na busca da coerência em nossa vida de cristãos.
Quaresma é tempo de escutar o chamado de Deus à revisão de vida, à
conversão, à penitência. O arcebispo lembrou a dificuldade do homem,
hoje, de reconhecer seus pecados e a necessidade do perdão de Deus. Daí
ser necessário repetir sempre o convite à reconciliação com Deus.
O Cardeal refletiu também sobre as três atitudes que Jesus recomenda e
ao mesmo tempo convida a rever: a oração, a esmola e o jejum. “A
Quaresma nos convida a ver como estamos praticando a religião. A oração
não pode ser feita tocando trombetas, nem querendo convencer a Deus.
Jesus manda corrigir isso. A esmola também seja feita não para todos
verem quanto somos bons. Que a caridade não seja para a própria
glorificação. Deve ser praticada em todas as suas dimensões, inclusive
no campo da justiça e do direito. Enfim, o jejum seja feito na
perspectiva da fé sem fazer como os hipócritas criticados por Jesus. Que
só Deus saiba da nossa penitência”, orientou.
Em seguida, dom Odilo citou Bento 16 que, em sua mensagem para esta
Quaresma baseia-se na Carta aos Hebreus e exorta a todos a se preocuparem uns com os outros e reverem as boas obras, estimulando mutuamente a
prática do bem. “É preciso preocuparmo-nos com o irmão, o filho, o
marido, o vizinho. A pergunta ‘o que fizeste de teu irmão?’ deve nos
incomodar. O irmão doente, que vive na pobreza, na cadeia, caído nas
ruas da Cracolândia, deve merecer nossa atenção”.
Sobre a Campanha da Fraternidade, o arcebispo de São Paulo lembrou
que todos têm direito à saúde. Só que este direito não é respeitado. A
saúde na periferia é precária e se faz necessário o esforço de todos,
para que as condições de saúde mudem para todos os brasileiros,
particularmente para os mais pobres.
Para dom Odilo, esta Campanha da Fraternidade tem um cunho político,
pois é preciso que se faça tudo para que todos tenham melhores condições
de saúde e que isso chegue aos que têm poder de decisão. Ele está
convencido de que a Campanha vai ajudar a melhorar a saúde no Brasil,
cujas condições estão “de arrepiar”. Mas ele alertou também que ninguém
deve imaginar que o problema é só do governo.
“O doente perto de mim é problema meu. Que todos possamos ouvir o
apelo de Jesus: ‘Estive doente e fostes me visitar’. Pior será se um dia
ouvirmos de Jesus a repreensão: ‘Estive doente e não me fostes
visitar’”. Dom Odilo convidou todos a visitarem os doentes em nome de
Jesus, a estarem presentes junto a todo irmão que sofre, porque isso
também faz parte da Campanha da Fraternidade. E concluiu: “Convido todos
a vivermos com intensidade este tempo da Quaresma, tempo de graça,
tempo favorável”.
A procissão das oferendas foi feita por três profissionais da saúde.
No final da celebração, o texto-base da Campanha da Fraternidade foi
entregue aos responsáveis por ela nas seis regiões episcopais.
Fonte: http://www.arquidiocesedesaopaulo.org.br/?q=node/84450
Fonte: http://www.arquidiocesedesaopaulo.org.br/?q=node/84450
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